Frio, pandemia e o que dá para comprar com o auxílio: famílias de Campo Grande relatam drama de morar em favela
A pandemia de coronavírus se tornou um período difícil para muitas pessoas, mas a situação fica ainda mais complicada para quem mora em uma favela em Campo Grande. Com a chegada do frio e a dificuldade de conseguir trabalho, muitas famílias ‘se viram’ como podem para sobreviver. A pandemia ainda traz outro agravante: as doações […]
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A pandemia de coronavírus se tornou um período difícil para muitas pessoas, mas a situação fica ainda mais complicada para quem mora em uma favela em Campo Grande. Com a chegada do frio e a dificuldade de conseguir trabalho, muitas famílias ‘se viram’ como podem para sobreviver. A pandemia ainda traz outro agravante: as doações ficam cada vez mais escassas e para quem consegue receber o auxílio emergencial de R$ 600, o dinheiro só é suficiente para abastecer o armário e a geladeira.
Joana Elizete Pedrosa, de 50 anos, é viúva e mora com a filha de 11 anos na Favela do Linhão. Ela conta que não conseguiu receber o auxílio de R$ 600 e ainda parou de receber a aposentadoria do marido.
A moradora relata que enfrentou uma verdadeira saga na tentativa de receber o auxílio ou ao menos conseguir acessar a poupança deixada pelo marido. Sem acesso a um celular ou tecnologia, ela também não conseguiu o auxílio emergencial.
Outro problema são a falta de doações, que antes ao menos garantiam alimento e agasalho para enfrentar o frio na Capital. Agora, o único recurso que ela tem é o Vale Renda no valor de R$ 180. “É difícil, antes ainda vinham pessoas doar cesta básica e roupas, mas as doações pararam”.
Na favela, a solidariedade entre os moradores é essencial em um tempo tão difícil. A moradora Ingrid Oliveira, e 30 anos, é mãe chefe de família e conseguiu receber o auxílio no valor de R$ 1,2 mil. Com o dinheiro, ela ajuda a vizinha Joana como pode.
Fabiana de Souza, de 36 anos, também conseguiu o auxílio, mas diz que o recurso só é suficiente para colocar comida na mesa. “Sem doações, todo o dinheiro vai para comprar alimento”.
O casal Ediran Domingos e Adelaido Jorge também não conseguiu acesso ao auxílio emergencial. Ediran perdeu os documentos e não consegue fazer a solicitação. No caso de Adelaido, falta o CPF (Cadastro de Pessoa Física). Eles contam que receberam um lote da Prefeitura, assim como muitos outros moradores, mas não conseguem se mudar por falta de recursos.
“Se recebesse R$ 600, daria para comprar a madeira para a casa e o frete, não sobra”, diz. Adelaido trabalhava com reciclagem, mas não tem conseguido serviço devido à pandemia.
Enquanto a reportagem esteve no local, muitos moradores relataram a dificuldade de sair da favela e ir para o lote regularizado. Sem dinheiro até para comer, muitos moradores não sabem como vão conseguir recursos para comprar madeiras para montar o barraco ou até como instalar o padrão de energia elétrica.
Para ajudar, é possível entrar em contato com um dos moradores da comunidade, nos telefones 67 9923-1856 ou 67. 99183-8988
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