Família campo-grandense enfrenta quarentena e conta detalhes de drama por coronavírus na Itália

A Itália vive um surto do COVID-19, o novo coronavírus, onde mais de 9 mil pessoas foram infectadas e mais de 460 italianos foram vítimas da doença. A pandemia da doença, como classificou a OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta quarta-feira (11), fez o Governo Italiano a decretar quarentena no país, orientando que todos os […]

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A Itália vive um surto do COVID-19, o novo coronavírus, onde mais de 9 mil pessoas foram infectadas e mais de 460 italianos foram vítimas da doença. A pandemia da doença, como classificou a OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta quarta-feira (11), fez o Governo Italiano a decretar quarentena no país, orientando que todos os moradores não saiam de casa.

Família campo-grandense enfrenta quarentena e conta detalhes de drama por coronavírus na Itália
Há um mês residindo na Itália, família campo-grandense observa rotina mudar no país europeu mais afetado pelo coronavírus | Foto: Arquivo pessoal

No meio dessa quarentena está a família da jornalista Tatiana Marin, que está no país há quase 2 meses e contou ao Jornal Midiamax como é estar vivendo em quarentena, decretada nesta terça-feira (10) na Itália.

A medida do governo em isolar o país causou alvoroço nas províncias e fez com que muitas pessoas fossem às ruas a procura de mantimentos, remédios e outros itens para ficarem em casa até o próximo dia 3 de abril, quando a quarentena terminará.

“Fomos no mercado e compramos bastante coisa. Coisas básicas. Temos uma certa preocupação se o que compramos não será o suficiente e precisarmos sair em meio a quarentena para ir no mercado. Ver as pessoas com as máscaras e a gente não tiver. E o medo de que a doença se alastre para a região de Cosenza e da Calábria”, disse.

De acordo com a brasileira, quem vive na zona vermelha – Norte do país, onde acontece o surto – está se mudando em massa para o Sul, onde a doença pouco se manifestou. O receio é que os italianos que estão ‘migrando’ para o Sul levem o vírus junto.

“A notícia que temos é que tem muita gente vindo da Lombardia, onde o surto é maior, vindo para a região de Cosenza. Soubemos que chegaram umas duas mil pessoas na região”, disse Tatiana.

A intenção da família era estar no país para aprender italiano, mas devido ao surto da doença, não estão conseguindo se comunicar e se interagir com os demais moradores. Além disso, os filhos de Tatiana estão sem conseguir estudar, pois devido ao decreto da quarentena, as escolas, assim como as universidades, estão com as aulas suspensas.

A jornalista criticou a falta de responsabilidade de brasileiros que retornam da Itália e não se conscientizam sobre os riscos de estarem portando o vírus. Vale relembrar que muitos casos suspeitos da doença em Mato Grosso do Sul são moradores que retornaram da Itália e apresentaram os sintomas da doença.

Até então, não teve registro de confirmação do coronavírus em MS, mas no Brasil já há 37 casos confirmados, sendo que no primeiro caso, o brasileiro havia retornado de uma viagem da Itália.

Isolados em casa aguardando a quarentena terminar, a família conta com a fé e com a competência das autoridades italianas em conter o vírus. “Estamos com fé e com esperança de estar em uma situação de controle no próximo mês. Esperamos que as medidas possam surtir efeito. Que possa ser descoberta uma vacina para esse vírus”, finalizou Tatiana.

Pandemia

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus declarou a pandemia referente ao novo coronavírus, COVID-19 em entrevista coletiva. Na prática, o termo é utilizado quando o estágio de transmissão de uma doença é global.

A OMS informou nesta que, segundo seu balanço mais recente, há atualmente mais de 118 mil casos de coronavírus confirmado, em 114 países, com 4.291 mortes. A entidade ainda advertiu que, nas próximas semanas, deve aumentar o número de casos e também as mortes causadas pela doença. A OMS citou também que há 900 pacientes em UTIs na Itália, em estado grave.

Prevenção é o caminho

Família campo-grandense enfrenta quarentena e conta detalhes de drama por coronavírus na ItáliaA prevenção ao coronavírus é simples, e serve também para a maioria dos vírus que são transmissíveis por gotículas de saliva e por contato, como a influenza. O primeiro passo é higienizar as mãos regularmente com água e sabão.

Não é preciso fazer força. Basta esfregar gentilmente as mãos com sabonete ou sabão. Não esqueça a região entre os dedos e unhas, até a altura do pulso, por cerca de 20 segundos. Depois, seque bem com papel descartável. Se não houver água e sabonete, você pode usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.

Também é recomendado higienizar as mãos com álcool em gel após tocar em superfícies compartilhadas, como corrimãos, maçanetas, barra de ônibus, dentre outros.

Outro hábito a ser incorporado na rotina é evitar, com as mãos sujas, toques no rosto e em áreas de mucosa, como olhos, nariz e boca. Ao espirrar e tossir, deve-se usar a parte interna do cotovelo para evitar a dispersão de micro-organismos no ambiente, e limpar o rosto com um lenço descartável, que deve ser colocado imediatamente no lixo.

As máscaras são indicadas a qualquer pessoa que manifeste sintomas gripais, como tosse, espirros e coriza, independente de ser ou não coronavírus, pois os itens ajudam a evitar a dispersão de gotículas de saliva. Porém, elas não têm eficácia de evitar a infecção.

Para prevenir infecções desse tipo, deve-se evitar aglomerações, espaços fechados e contato físico com pessoas com sintomas gripais. Também é recomendado não compartilhar objetos como canudos, talheres, bombas de tereré e chimarrão, piteiras e narguilés.

Por fim, a limpeza de ambientes e superfícies pode ser feita com facilidade usando-se produtos comuns de limpeza, como álcool 70%, água sanitária e desinfetantes em geral.

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