Confira os hábitos da pandemia que são ‘legado’ para evitar viroses e demais infecções
A prevenção ao novo coronavírus conta com os mesmos procedimentos para dificultar infecções de viroses como a gripe e podem virar legado para o ocidente
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Um cenário que, atualmente, é o prelúdio de um filme de horror: há cerca de três meses, sair de casa, embarcar no ônibus e seguir para o trabalho em meio a uma virose era algo absolutamente normal na vida do trabalhador. Sem máscara de proteção, a estação de trabalho teria um amontoado de lenços de papel usados e trabalhadores espirraria ao léu. Compartilhamento de itens seria comum e a vida seguiria com pouca ou nenhuma higienização de mãos e ambientes.
A gravidade da nova doença que devasta o planeta, porém, impôs ao mundo uma série de hábitos preventivos. Logo, a grande expectativa é que a pandemia de Covid-19 mude completamente a percepção dos riscos de uma virose e implante culturalmente uma nova etiqueta de convivência em ambientes coletivos também no ocidente, onde esses hábitos não abraçaram a nossa cultura. A pandemia será, portanto, verdadeiro divisor de águas e uso de um novo código de etiqueta poderá fazer doenças comuns, como a gripe, se tornarem menos presentes.
Isso porque toda a prevenção ao novo coronavírus – como o distanciamento social, uso de máscaras, higienização frequente de mãos e adoção de uma etiqueta respiratória – são os mesmos procedimentos para dificultar infecções de gripes e resfriados, já que a maioria dessas viroses são transmitidas por gotículas de saliva e por contato com superfícies infectadas.
A infectologista Priscilla Alexandrino, que está na linha de frente do combate ao novo coronavírus, já havia pontuado a importância da prevenção para doenças respiratórias ocasionadas por vírus. Assim, manter as mãos lavadas e fazer o uso do álcool em gel com frequência são boas iniciativas de prevenção e que serão “legado” para o pós-pandemia.
Nova rotina
Tocar nos olhos, boca e narinas com as mãos sujas também devem ser hábitos a serem incorporados após o “intensivão” do coronavírus, já que as mãos infectadas podem levar micro-organismos para as regiões que são porta de entrada das viroses como a gripe e o resfriado.
“Também é importante evitar contato próximo com pessoas que tenham infecções respiratórias agudas, cobrir, de preferencia com o braço, o nariz e a boca ao espirrar ou tossir e se usar as mãos deve logo em seguida higienizá-las; evitar tocar em mucosas dos olhos; usar lenço descartável para higiene nasal”, informa a médica.
Outro hábito cultural que deve ser evitado é o compartilhamento de objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas, assim como manter os ambientes bem ventilados e, claro, uso de máscaras de proteção sempre que manifestar sintomas gripais ou estiver em contato com alguém que os tenha.
Da China para o mundo?
O uso de máscaras em ambientes coletivos, de ruas a repartições públicas, é uma realidade dos chineses quando o país enfrentou epidemia de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), em 2003, e que atingiu diversos países do leste asiático, onde estão Hong Kong, Taiwan, Coreias e Japão.
“Nesses países, por conta desses surtos que ocorreram num passado recente, o uso de máscaras foi vinculado a um hábito cultural, mas também teve forte recomendação das autoridades sanitárias da região. Antes da pandemia, o uso delas já era comum na temporada de gripes e resfriados”, comentou a infectologista.
CONFIRA A NOVA ETIQUETA QUE SERÁ LEGADO DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS
Lavar as mãos com frequência
Seja com álcool em gel, seja com água e sabão, a higienização frequente das mãos é um hábito que deve ser mantido, mesmo em circunstâncias de normalidade, já que o toque de superfícies contaminadas está relacionado a transmissão de viroses e outras doenças.
Não tocar o rosto com mãos sujas
Outro hábito é justamente não tocar o rosto quando não estiver com as mãos limpas, já que mãos infectadas vão aproximar os micro-organismos causadores de doenças como viroses aos principais canais de entrada de doenças respiratórias, como olhos, narinas e boca.
Uso de máscaras
No período de gripes, como o outono e inverno, o uso de máscaras em ambientes como transporte coletivo deve ser adotado como prevenção. Este, aliás, deve ser o principal legado da pandemia e um dos que mais trará benefícios para evitar doenças.
Limpeza de superfícies e de ambientes
Empresas deverão intensificar a limpeza de mesas, computadores, cadeiras e do próprio local de trabalho e a tendência é que, durante o inverno, adotem estratégias de arejamento de ambientes. As novas normas técnicas já devem incluir, futuramente, construções de estações de trabalho já com distanciamento mínimo entre funcionários.
Higienização de alimentos e de demais compras
Obrigatório durante a pandemia do novo coronavírus, a limpeza de hortaliças e de produtos adquiridos em supermercados deve ser incorporada à rotina dos lares. O hábito previne não só viroses, mas infecções bacterianas que também podem ser graves.
Calçado da rua, calçado de casa
Chegar em casa com calçado sujo da rua também é fortemente desrecomendado durante a pandemia e a adoção do hábito já era recomendada antes disso, já que calçados transportam uma série de micróbios que causam doenças. Acredita-se que a manutenção dos calçados para usar dentro de casa e um espaço com sapateira com os itens que vêm da rua e não podem tocar seu chão devam ganhar espaço na geografia dos lares, bem ao lado da porta de entrada.
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