O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apontou nesta segunda-feira (30), em entrevista coletiva ao lado de outros integrantes do staff presidencial, que, com a chegada de testes para identificação do novo coronavírus (Covid-19), o Brasil testemunhará um aumento no número de casos confirmados –a ausência de testagem, hoje, é apontada como fator para manter o volume de casos confirmados baixos e a letalidade da doença alta.

A taxa de letalidade é a divisão da proporção de casos confirmados com o de óbitos. Hoje, no país, o percentual é de 3,5%, tendo subido nos últimos dias.

“Os óbitos são muito mais fáceis de serem confirmados. Uma pessoa falece [da doença], tenho a confirmação do vírus. Mas dos casos que estão aí não há testagem para todos. Então, o número de casos confirmado é muito maior do que o que temos como confirmados hoje. Se tivermos todos os casos circulando Brasil afora, teríamos um denominador maior e a letalidade, menor. Quanto menos testes se faz, maior fica a letalidade. Quanto mais testes feitos e confirmados, diminui a letalidade”, explicou.

Com o aumento nas testagens nessa semana, prosseguiu o ministro, deve-se esperar aumento no número de casos. Ele afirmou, ainda, que ainda deve se levar muito tempo para “escrever a história da doença”, apontando detalhes importantes para se saber mais do novo coronavírus. “A morbidade, o período que a pessoa fica internada, para quem atende isso [informação] é ouro”, destacou.

Aquisições

Mandetta anunciou também a aquisição de insumos na China para o enfrentamento ao novo coronavírus (Covid-19). Segundo ele, a aquisição envolve 200 milhões de itens diversos, entre eles máscaras. Agora, o Governo Federal verifica como será a entrega dos materiais, que teriam até 30 dias para chegar ao país. “Vamos ver se isso chega com 5, 10, 15, 20 ou 30 dias”, afirmou.

Ele destacou que o Brasil disputa com outros mercados a compra de itens da China, que concentra 94% da produção mundial de insumos. O país asiático, onde surgiram os casos de coronavírus, estaria neste momento com 92% da sua produção normalizada, conforme o ministro.

Durante sua fala, Mandetta frisou que o Ministério da Saúde adotou um “conceito ampliado” de enfrentamento à pandemia, a fim de envolver as competências das outras pastas –caso do Ministério da Infraestrutura, no controle da logística para distribuição de equipamentos, insumos e pessoal; do Ministério da Cidadania, na prestação de assistência social; bem como da AGU (Advocacia-Geral da União) na discussão para liberação de fábricas de máscaras e respiradores para normalizarem sua produção.

O ministro não descartou a possibilidade de o Governo Federal mobilizar aparato para buscar os equipamentos na China. Ele confirmou a chegada, nesta segunda-feira, de 500 mil testes obtidos pela Vale do Rio Doce e de outros 5 milhões enviados pelo sistema bancário.