Os 42 novos casos de Covid-19 registrado em Dourados somente nesta segunda-feira (8) colocam o município com 154% casos de coronavírus a mais que na Capital: o boletim da SES (Secretaria de Estado de Saúde) trouxe um total de 613 confirmações na cidade – que representa 26,38% dos registros oficiais – contra 398 em Campo Grande (17,13%).

A situação, porém, é mais grave do que mostram estes números. Isso porque as internações de das 33 cidades da macrorregião ocorrem em , onde há, até o momento, 33 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na rede pública – 51 considerando a rede particular.

Conforme o boletim, Dourados tem 16 internações de residentes da cidade pelo , sendo 13 em leitos clínicos e 3 em UTI. Outras 15 (6 em leitos clínicos e 9 em UTI) estão na rede privada. Entre os 10 municípios do Estado com os maiores números de casos, 5 são da região de Dourados e juntos respondem por 1.012 pacientes, o que representa 37,55% das confirmações. São eles: Dourados, Fátima do Sul, Rio Brilhante, Douradina e Itaporã.

Ou seja: por mais que a taxa de ocupação das UTI ainda seja baixa (9%), quando somados os casos da cidade para qual Dourados é referência, a preocupação será basicamente pelo que está por vir, já que o número de leitos será insuficiente e indicam que o sistema de saúde da macrorregião será a primeira a colapsar em MS.

“31 das 50 pessoas internadas com Covid-19 estão na macrorregião de Dourados, mais de 60% das internações hospitalares estão lá, mais precisamente em Dourados. Até o presente momento temos 33 leitos habilitados e mais 10 em habilitação, no . Esses 43 leitos ainda são um quantitativo muito pequenos se tivermos esse crescimento exponencial em Dourados”, pontuou , titular da SES.

No domingo (7), Resende pontuou que espera da região de Dourados o mesmo controle ocorrido na região sudoeste, onde cidades como Guia Lopes da Laguna, Jardim e despontaram em número de casos e altíssima taxa de incidência. A região, porém, apresenta queda na transmissão da Covid-19 e indica que por lá a situação está controlada.

“Queremos acreditar que vamos ter condições de cessar esse surto e fazer uma contenção como conseguimos em Guia Lopes da Laguna, Jardim e Bonito, onde a Secretaria de Estado de Saúde teve uma vitória com participação dos prefeitos e de todas as equipes de Saúde da região”, afirmou.

Na última semana, a infectologista Mariana Croda pontuou que outro problema em Dourados é que as infecções na região já são comunitárias, diferentemente do surto que ocorreu nos frigoríficos de Dourados e que fez a avançar pelo interior de MS.

“Houve surto, inclusive nos frigoríficos, mas hoje já vemos uma alta transmissibilidade na comunidade, e não só em relação aos surtos. A análise de casos a cada 100 mil habitantes também mostra que houve um crescimento muito rápido – inicialmente de 4 a cada 100 mil, mas agora de 66 para cada 100 mil. De fato, estamos fazendo muitos diagnósticos, mas a taxa tem crescido vertiginosamente, principalmente nos últimos 15 dias. Precisamos agir para fazer o achatamento dessa curva crescente e descer ao máximo que pudermos”, pontuou a infectologista no último dia 4 de junho.