O crescimento de casos de Covid-19 na região da Grande segue preocupando autoridades sanitárias. Nesta quinta-feira (4), durante a transmissão ao vivo do boletim epidemiológica do coronavírus, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) evidenciou, por meio de tabelas (confira a galeria), que a transmissão comunitária da doença já caminha ao lado dos números decorrentes dos surtos ocorridos na indústria frigorífica da região, há cerca de duas semanas.

A SES já considera a região de Dourados como o principal epicentro do coronavírus em MS. Somente nesta quinta, a segunda maior cidade de MS, que também é a sede da microrregião, contou com mais 41 positivos, totalizando 419 diagnósticos de Covid-19, o que representa 21,8% dos casos em MS. Porém, as confirmações nos municípios do entorno, que inclui cidades como Fátima do Sul (138 casos), Rio Brilhante (77), Douradina (67), Itaporã (63), Vicentina (39) inflam as estatísticas.

O grande problema é porque com tantos casos, o que aumenta a probabilidade de internações serem necessárias, a rede pública da cidade pode ser a primeira a colapsar.

“Enfrentamos déficit crônico na média a alta complexidade naquela região. Mesmo que tenham sido acrescentados novos leitos, mesmo que a região esteja se preparando para receber pacientes que vão requerer internação, a situação preocupa”, comentou a infectologista Mariana Croda, durante a transmissão.

Croda destacou alguns gráficos analíticos que proporcionaram compreender de forma mais acurada qual a situação de Dourados. Análise do crescimento de casos nas últimas 4 semanas, por exemplo, confirmam que, de fato, houve mais testagens, sobretudo no drive thru, que identificou 24,3% dos casos positivos do boletim epidemiológico, mas o aumento de casos foi percebido nas 11 cidades que compõem a microrregião, além dos 33 da macrorregião.

 

Houve surto, inclusive nos frigoríficos, mas hoje já vemos uma alta transmissibilidade na comunidade, e não só em relação aos surtos. A análise de casos a cada 100 mil habitantes também mostra que houve um crescimento muito rápido – inicialmente de 4 a cada 100 mil, mas agora de 66 para cada 100 mil. De fato, estamos fazendo muitos diagnósticos, mas a taxa tem crescido vertiginosamente, principalmente nos últimos 15 dias. Precisamos agir para fazer o achatamento dessa curva crescente e descer ao máximo que pudermos”, pontuou a infectologista.

Taxa de isolamento

A infectologista também destacou que a taxa de isolamento no Estado, sobretudo naquela região, é insuficiente para conter o avanço da doença. O índice ideal é de 70%, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), enquanto a mínimo esperado é de 60% conforme o Ministério da Saúde.

“Nós, especialista, pedimos que enquanto não tivermos medicamentos ou , temos que tentar o . A população que pode ficar em casa, deve ficar. Agora se faz necessária essa adesão, novamente”, conclui.

O titular da SES, Geraldo Resende, pontuou que no caso da região sudoeste, onde Guia Lopes despontou como epicentro após surto ocorrido em uma unidade frigorífica da cidade, há , já que o número de infeções diminuiu.

“A cidade, que teve crescimento exponencial há cerca de 2 semanas antes do surto em Dourados, já consegue ter controle da situação e hoje traz apenas um caso”, conclui.