Mais carros parados e menos pedestres: o novo normal no centro de Campo Grande
Campo Grande amanheceu com movimentação diferente pelas ruas do Centro na manhã desta quarta-feira (1º). O afrouxamento das restrições de funcionamento do comércio levou mais pessoas a locais de trabalho e o trânsito das primeiras horas da manhã era significativamente maior que na semana anterior, quando apenas farmácias, supermercados e afins tinham autorização municipal para […]
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Campo Grande amanheceu com movimentação diferente pelas ruas do Centro na manhã desta quarta-feira (1º). O afrouxamento das restrições de funcionamento do comércio levou mais pessoas a locais de trabalho e o trânsito das primeiras horas da manhã era significativamente maior que na semana anterior, quando apenas farmácias, supermercados e afins tinham autorização municipal para funcionar.
Nas ruas, a reportagem constatou número bem maior de veículos tanto em trânsito como estacionados. Nas calçadas, porém, pedestres eram raros. Apenas em alguns pontos, como em bancos, havia certa aglomeração de pessoas – idosos, em maioria.
A flexibilização de abertura do comércio, que autorizou o funcionamento de bancos e casas lotéricas mediante medidas preventivas ao coronavírus, também coincide com as datas de pagamento de salários.
A recomendação ainda é para que as pessoas fiquem em casa. Porém, é clara a tendência de aumento do fluxo de pessoas no início deste mês. Além de bancos e casas lotéricas, restaurantes, indústrias e construção civil voltaram a atender na Capital – todos com recomendações rigorosas de prevenção.
Os ônibus também passaram a transportar mais segmentos de trabalhadores além de quem trabalha na saúde, como ocorria até a última semana. Até a última terça-feira (31 de março), ao menos 9 municípios dos 79 de MS já haviam sinalizado a flexibilização.
As mudanças que caracterizam o “novo normal” em cidades de MS coincidem, porém, com a confirmação em MS do primeiro óbito por covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Segundo a SES (Secretaria de Estado de Saúde), já são 48 casos confirmados em MS, com aumento de quatro casos de um dia para o outro. Um total de 38 casos ainda seguem em investigação e há registro de 554 notificações de casos suspeitos, dos quais 457 foram descartados e outros 11 excluídos.
Riscos
O relaxamento das restrições e o iminente aumento do fluxo de pessoas, porém, é uma preocupação. Isso porque a subnotificação dos casos de coronavírus é uma realidade mundial que camufla os números reais da pandemia e porque, basicamente, assintomáticos – aqueles que não apresenta sintomas e que, em MS, não são testados – podem ser vetores do vírus. Em outras palavras, a quarentena ainda se faz necessária.
“Estamos falando de um vírus que vive por dias em superfícies mortas. A única forma realmente eficaz de combatê-lo é, portanto, pela busca ativa [testes feitos em toda a população]. Tem que testar, isolar e tratar o paciente. O exame, portanto, é parte essencial. Só que não há para todo mundo”, apontou ao Jornal Midiamax o médico Ronaldo Costa. “Uma pessoa pode permanecer assintomática e seguir transmitindo. Só o teste indicaria para ela o isolamento”, acrescenta.
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) já havia destacado que testes para coronavírus na rede pública são realizados apenas em casos considerados suspeitos – quando houve contato confirmado com pacientes comprovadamente com a doença, ou nos quais os pacientes apresentam SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave). O mesmo critério é mantido para óbitos – apenas casos suspeitos ou que apresentem a condição clínica serão testados.
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