Com baixo isolamento, Campo Grande tem taxa de transmissão de 1,7 do coronavírus

Estudo elaborado por matemáticos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) aponta que cada pessoa infectada pelo novo coronavírus (Covid-19) em Campo Grande transmite a doença para 1,7 pessoa. Conforme o infectologista Júlio Croda, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), esse é um índice considerado alto, que demonstra que a doença já está fora […]

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Estudo elaborado por matemáticos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) aponta que cada pessoa infectada pelo novo coronavírus (Covid-19) em Campo Grande transmite a doença para 1,7 pessoa.

Conforme o infectologista Júlio Croda, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), esse é um índice considerado alto, que demonstra que a doença já está fora de controle. “O ideal para manter o controle da doença seria abaixo de 1”, informou.

Para evitar um colapso na saúde, previsto para o dia 10 de agosto por este mesmo estudo, Croda avalia que a medida mais certeira seria o ‘lockdown’ (termo em inglês usado pelas autoridades para determinar o funcionamento somente de serviços essenciais e restrições a circulação de pessoas). “O recomendado é o lockdown, não tem dúvida. Este é o momento ideal”, indicou o especialista, lembrando que só com medidas restritivas severas é possível diminuir essa taxa de contágio.

Estudo

“A informação sobre o número de reprodução da doença é obtida de acordo com a escala denominada de Covidímetro, proposta por professores da UFRJ”, explicam os professores Erlandson Saraiva e Leandro Sauer.

Assim, com dados analisados desde 14 de março até 26 de julho (ontem), os professores apontam que o mês de julho está sendo um mês muito crítico, com aumento significativo do número de casos; passando de 2.241 casos em 30 de junho para 8.883 casos em 26 de julho, o que significa um aumento de 296,39%.

Infelizmente, se nada for feito para conter a proliferação da doença, continuaremos neste cenário por todo o mês de agosto. Somente no início de setembro que começará a diminuir, com pico estimado para 23 de setembro com 86.325 casos. Além disso, os dados mostram que a quantidade de casos dobra em média a cada 13 dias”, explicam os pesquisadores.

Pico e colapso

Conforme o estudo, o pico da doença está previsto para o dia 10 de agosto em Mato Grosso do Sul. Com um possível colapso nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para o dia 11 de agosto.

Então, o documento ressalta que no período de 30 de junho a 26 de julho, houve aumento de 170,11% no número de casos em MS, que saltou de 7.965 para 21.514.

Já para Campo Grande, a situação é mais delicada. A estimativa dos pesquisadores, baseados em modelos matemáticos, é de que o crescimento continue até o dia 23 de setembro, quando a Capital pode bater os 86.325 casos. Só depois disso veríamos uma diminuição no número de infectados pela Covid-19.

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