Contra o corte de verbas do Governo Federal nas instituições públicas de ensino, cerca de 400 alunos participam de manifestação na tarde desta quinta-feira (30) na Praça Ary Coelho, Centro de . A expectativa é atrair mil estudantes para uma passeata na Avenida Afonso Pena.

Conforme uma das participantes, Camila Jara, estudante da UFMS, os alunos que participam do movimento sairão panfletando e conversando com a população sobre a importância de investimento na educação. A estudante ainda relatou que, a partir das 17h, se a quantidade de alunos forem o suficiente, haverá a passeata na avenida principal da cidade.

Outra estudante, Amanda Araújo, disse que desta vez os estudantes do IFMS não aderiram ao movimento, mas ela, como apoiadora da causa, decidiu ir até o ponto de concentração para apoiar os demais acadêmicos.

Victor Prado, estudante da UFMS, disse a reportagem que a manifestação é para unificar o movimento estudantil e que o protesto acontece independente do governo. “A manifestação é contra o corte”, disse.

Alguns professores participam discretamente da manifestação e contaram a reportagem que apenas foram até a praça para apoiar os alunos, mas que não participam “efetivamente”.

A professora da UFMS de Alagoas, Eliane Aparecida Campesatto, doutora em farmacologia, disse que veio a Campo Grande participar de um congresso e se organizou para ir até a praça acompanhar o manifesto e prestar apoio. “Me formei e me especializei em universidade pública. A universidade não usa esse dinheiro com coisas aleatórias e as universidade formam profissionais importantes para a sociedade”, disse.

Eliane, que é professora em Alagoas há 10 anos, disse que o problema foi o Governo Federal ter avisado do corte no mês de maio, justo quando as universidades do Brasil já haviam se programado e usado parte da verba para quitas contas. “Diferente dos governos anteriores, que fizeram corte, mas avisam um ano antes para as universidades se planejarem”, pontuou a doutora.

Cléo Gomes, técnica administrativa da UFMS e integrante do Sista-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Fundação UFMS e IFMS), disse que o ato é legítimo e muitas universidades não vão conseguir se manter com o corte. Conforme ela, a UFMS pode ter recursos para se manter até agosto, com risco de fechar as portas em setembro.

“A universidade é pública, é de toda a população e todos têm que lutar por isso. É o sonho de muitos pais verem seus filhos na federal e se houver cortes, esse sonho pode acabar”, disse Cléo, comentando também que as universidades federais poderão ser uma das únicas opções dos estudantes, pois ProUni e Fies também poderão acabar.