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Cotidiano

Lotação, calor e demora: Desconforto é rotina nos ônibus em Campo Grande

“Mais apertado que sardinha em lata”, é assim que os passageiros descrevem os ônibus na Capital, principalmente em horário de pico. Apesar de ser uma das principais reclamações dos usuários, a má conservação dos veículos e o calor também são coisas que fazem com que os passageiros se sintam como se estiverem ‘pagando todos os […]
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“Mais apertado que sardinha em lata”, é assim que os passageiros descrevem os ônibus na Capital, principalmente em horário de pico. Apesar de ser uma das principais reclamações dos usuários, a má conservação dos veículos e o calor também são coisas que fazem com que os passageiros se sintam como se estiverem ‘pagando todos os pecados’.

Lotação, calor e demora: Desconforto é rotina nos ônibus em Campo Grande
Fonte: Ibrape

Uma pesquisa do Ibrape (Instituto Brasileiro de Pesquisas de Opinião Pública) em mostra o que os passageiros acham sobre a qualidade e conservação dos ônibus, pontos e terminais, sobre a limpeza, o conforto, a temperatura e lotação. Entre os entrevistados, 48% reprovou o estado de conservação dos veículos, enquanto 27% consideram bom e 22% consideram regular.

A funcionária pública Marcia Aparecida Ribeiro, de 44 anos, está entre aqueles que reprovam a conservação dos veículos. “Os ônibus estão em um estado crítico. Você até sai com dor de cabeça, o ônibus vai batendo da hora que você entra nele até sair. Eles deveriam trocar os estragados e aumentar no horário de pico”.

Reclamações sobre o estado dos ônibus também são comuns no WhatsApp do Jornal Midiamax. Em janeiro deste ano, por exemplo, o elevador de um ônibus quebrou enquanto desembarcava uma criança cadeirante no PegFácil da Praça Ary Coelho. No ano passado, a roda de um veículo se soltou ao parar em um terminal. Dias depois, a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) revelou que veículo havia sido reprovado em vistoria 16 dias antes do incidente.

A lotação dos ônibus é o principal responsável pelo desconforto dos passageiros e 61% reprovou a quantidade de pessoas dentro do veículo. Ainda sobre o quesito lotação, 19% considera regular e 17% aponta que é bom. Em horários de pico, como cedo da manhã, ao meio-dia e no fim da tarde, é difícil encontrar um ônibus que não esteja superlotado na Capital. Em rotas que levam a bairros mais populosos, como o Moreninhas, encontrar um ônibus que não esteja lotado é difícil, independente do horário.

Lotação, calor e demora: Desconforto é rotina nos ônibus em Campo Grande
Talita diz que as linhas para o bairro Moreninhas estão sempre lotadas. (Foto: Marcos Ermínio)

“Aqui [no Moreninhas] mora muita gente, então está sempre lotado. Deveria ter mais ônibus ou outras rotas, só tem o 061 e 062, que é o expresso”, conta a auxiliar de perecíveis Talita Duarte, de 22 anos.

Sobre a limpeza dos ônibus, as opiniões ficaram divididas: 38% reprova, 38% considera regular e 20% considera bom. A limpeza dos terminais foi reprovada pela maioria, já que 43% considera ruim, 37% regular e 15% bom. Para o vigilante Fernando Bogarim, de 30 anos, as condições dos terminais da Capital deixam muito a desejar. Para quem fica precisa do transporte público, coisas simples como um bebedouro e um banheiro estão em falta no terminal Nova Bahia. “Uma vez eu cheguei aqui morrendo de sede, não saía nada [no bebedouro]. Os banheiros também estão sempre interditados”.

Lotação, calor e demora: Desconforto é rotina nos ônibus em Campo Grande
Fonte: Ibrape

A pesquisa traz dados sobre o conforto dos assentos, que foi reprovado por 50% dos entrevistados, enquanto 24% consideram regular e 23% considera ruim. A iluminação interna do veículo durante a noite foi reprovada por 35% dos entrevistados, aprovada por 32%, enquanto 28% consideraram regular.

Em uma cidade quente como Campo Grande, ônibus com ar condicionado deveriam ser maioria, mas não é o que acontece. Com a superlotação, o clima fica ainda mais quente no veículo, causando um profundo desconforto e até mesmo mal-estar nos passageiros. A pesquisa do Ibrape mostra que 60% reprova a temperatura e ventilação no transporte público. Entre os entrevistados, 20% considera regular e 17% considera boa. O operador de máquinas Aparecido Barbosa, de 62 anos, aponta que há poucas janelas nos ônibus e que um ar condicionado mudaria a vida dos passageiros. “Deveria ser mais confortável, faz muito calor lá dentro”.

Lotação, calor e demora: Desconforto é rotina nos ônibus em Campo Grande
Passageiros também reclamam do desconforto nos terminais. (Foto: Marcos Ermínio)

Com o calorão, já rolou até briga para entrar em um veículo com a temperatura aceitável. Um grupo de mulheres se agrediram fisicamente para poder conseguir um espaço dentro do ônibus 081 – Terminal /Nova Bahia. No ano passado, o Consórcio Guaicurus adquiriu 10 novos ônibus com ar condicionado, mas uma reportagem flagrou os veículos parados no terminal. “Já andei nesses com ar algumas vezes no 061 [linha] e é realmente fresquinho. O calor com certeza faz as pessoas disputarem um lugarzinho neles porque já que é para pegar lotação no calor, que seja em um ônibus melhor”, disse um passageiro.

Entenda a pesquisa

A pesquisa desenvolvida pelo Ibrape foi realizada entre os dias 18 a 25 de março e ouviu mais de 500 usuários do transporte público. Foram ouvidas apenas pessoas que usam os ônibus com a frequência de todos os dias a uma vez por semana.

As entrevistas foram feitas pessoalmente nos terminais, pontos e paradas de ônibus, com a população que circulava pelo local ou na casa dos moradores do bairro. A margem de erro é de até 4 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança estimado é de 94%.

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