Um movimento popular surgido após os relatos de aumento nas contas de energia em MS, autointitulado ‘Energia Cara Não”, quer reunir assinaturas de consumidores que se sentiram lesados pelos valores cobrados na conta de energia de dezembro.

Atualmente com cerca de 230 curtidas, a fanpage do grupo foi criada no último dia 25 de janeiro, pelo ex-candidato a vereador de Venicio Leite (PTN). De acordo com a página, o movimento é “contra as taxas abusivas da conta de Luz em MS” e quer “o estorno do que pagamos a mais e revisão das tarifas e tributações” nas contas de luz.

O abaixo-assinado quer coletar apoiadores para que uma denúncia à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ganhe força. O documento pede “auditoria e suspensão das cobranças, bem como a garantia da manutenção do fornecimento de energia elétrica enquanto não houver resolução das cobranças e tarifas aplicadas junto aos consumidores” do Estado.

O documento pode ser assinado tanto no formulário on-line como em formulários impressos distribuídos em postos de coleta. “Temos convicção de que os reajustes aplicados tem sido irregulares, desproporcionais e vão na contra mão da realidade sócio econômica pela qual pessoas de todas as classes sociais, mas principalmente os assalariados, vivenciam atualmente”, afirma Venício Leite.

O que diz a Energisa

A explica que as altas temperaturas registradas no estado, principalmente em dezembro, justificaram o aumento no consumo de energia elétrica. A concessionária também aponta que o recesso escolar como uma das causas para o maior gasto de energia.

“As altas temperaturas exigem que equipamentos de refrigeração consumam mais energia para funcionar adequadamente, podendo até dobrar. Em dezembro do ano passado, o consumo de energia foi recorde. Este comportamento pode ser explicado por um aumento na temperatura média em torno de 4%, com horário de pico registrado por volta das 15 horas. Em 23 dias do mês de dezembro, a temperatura superou 25 graus, quando em novembro do mesmo ano, somente 14 dias ultrapassaram essa marca”, informou a Energisa em nota.

A concessionária esclareceu que não há irregularidades na medição ou na leitura das instalações e que o aumento é justificado pelo clima. A Energisa também orientou que o cliente entrassem em contato com os canais de atendimento para esclarecimentos.

Parcelamento

A partir de denúncias das supostas cobranças abusivas, a concessionária esteve reunida, no último dia 22, com o (Superintendência Estadual de Orientação e Defesa do Consumidor) e com o Procon Campo Grande, no qual ficou acertada a possibilidade de parcelamento das faturas em até 4 vezes.

O parcelamento, no entanto, só poderá ser feito por clientes que entendam que o próprio consumo gerou aumento na conta. Consumidores que ainda se sentirem lesados poderão pedir uma perícia no relógio de energia no Inmetro – para tanto, o custo é de R$ 9 monofásico; R$ 14 para bifásico e R$ 19 para os relógios trifásicos.