Famílias continuam em área de risco após deslizamento de terra em Corumbá

Depois do deslizamento de terra que atingiu uma casa em Corumbá durante as fortes chuvas nesta quinta-feira (21), outras famílias continuam no local. À beira da encosta, a ocupação é considerada uma área de risco, mas mesmo assim, muitos moradores resistem à ideia de deixar o local. Com um volume de chuva de 58 mm […]

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Depois do deslizamento de terra que atingiu uma casa em Corumbá durante as fortes chuvas nesta quinta-feira (21), outras famílias continuam no local. À beira da encosta, a ocupação é considerada uma área de risco, mas mesmo assim, muitos moradores resistem à ideia de deixar o local.

Com um volume de chuva de 58 mm em um curto prazo de tempo, um deslizamento de terra atingiu a varanda de uma casa e deixando uma outra em risco. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Corumbá, não houve outros estragos na cidade além deste. “Algumas áreas ficaram alagadas, mas foi na rua, logo a água escoou e voltou ao normal. Não recebemos nenhum outro chamado com relação às chuvas”, explica o Sargento André Marti.

O Sargento ressalta que no mesmo local onde houve o deslizamento da encosta, vivem outras famílias. “Há outras residências ali. Se a chuva vier na força de ontem, a encosta poderá ceder mais ainda”, afirma.

Mesmo com o perigo do deslizamento, muitas famílias se recusam a deixar o local. O diretor-executivo da Agência Municipal de Proteção e Defesa Civil, Isaque do Nascimento, explica que o complexo de moradias, chamado Alameda Vulcano, é considerado como uma área de risco. Ali moravam 79 famílias, mas 48 já foram realocadas para um conjunto residencial na parte alta da cidade.

Mesmo assim, alguns moradores chegam a voltar para a encosta. “Esta casa que teve a varanda arrastada e foi atingida pelo deslizamento, no cadastro já consta como beneficiada com uma das unidades habitacionais. Não era para estar ali”, diz.

Segundo Nascimento, a Prefeitura já estava trabalhando com políticas públicas de moradia para quem vive à beira da encosta, mas parte das famílias se tornaram resistentes a irem para a parte alta da cidade. A justificativa era de que as casas ficam perto do rio Paraguai, o que facilita o trabalho da pesca. Segundo o diretor-executivo, há diversos níveis de risco e se a área não for classificada como de altíssimo risco, não há como obrigar que os moradores saiam do local. A única alternativa é continuar o monitoramento da área.

“Ocorre que estas famílias foram ocupando o local há décadas e naquele tempo não havia instrumento que impedisse a ocupação. Em Corumbá só em 2016 foi instituído o plano diretor, então estas famílias já estavam ali há décadas”, diz.

O responsável pela Defesa Civil do município aponta que a única outra maneira de remover os moradores seria por ação judicial. “Para removê-los só com ação judicial e planejamento habitacional, que já está tentando tirar o máximo de pessoas”.

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