Estudantes do IFMS desenvolvem jogo para portadores de dislexia
IFMS Facilitar o processo de aprendizagem da escrita e da leitura para portadores de dislexia com a ajuda tecnologia. Foi com esse objetivo que dois estudantes do curso técnico integrado em Informática do Campus Ponta Porã do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) criaram um jogo digital, o “Pequenos Viajantes”. Desde que começou […]
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Facilitar o processo de aprendizagem da escrita e da leitura para portadores de dislexia com a ajuda tecnologia. Foi com esse objetivo que dois estudantes do curso técnico integrado em Informática do Campus Ponta Porã do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) criaram um jogo digital, o “Pequenos Viajantes”.
Desde que começou a ser desenvolvido, há um ano, o projeto já foi apresentado na Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de MS (Fetec); no Simpósio Brasileiro sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais, em Vitória (ES); e na Experiência Beta, em Porto Alegre (RS), sendo que os dois últimos ocorreram no mês de outubro.
Em um desses eventos realizados no Sul do país, o “Pequenos Viajantes” foi selecionado para a próxima edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), uma das mais importantes feiras científicas de ensino médio do Brasil.
O jogo digital é desenvolvido como trabalho de conclusão de curso dos estudantes Renato de Almeida, que é portador de dislexia, e Rodrigo da Silva, ambos alunos do último semestre do técnico em Informática. A orientação é das professoras Esteic Janaína Batista e Kenia Oliveira, das áreas de Informática e Português, respectivamente.
Iniciativa – A dislexia é um transtorno de aprendizagem de origem neurobiológica caracterizado por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam em um déficit no componente fonológico da linguagem, dificultando a aprendizagem.
O transtorno compromete a capacidade de aprender a ler e escrever com correção e fluência e de compreender um texto. Os sinais se tornam mais evidentes durante a alfabetização.
A ideia para o jogo surgiu devido à importância do tema e das poucas ferramentas para auxílio no processo de ensino- aprendizagem para portadores de dislexia.
O “Pequenos Viajantes” propõe desafios diversificados. Um personagem principal guia a criança por vários locais do mundo na resolução de problemas, prevendo a concessão de pontos que poderão ser convertidos em recompensas para customização do personagem. O jogo se destina a web e sistema Android, auxiliando no desenvolvimento da escrita e leitura de crianças com dislexia de forma interativa e divertida.
“Quando vamos escrever a palavra copo, por exemplo, imaginamos o objeto e daí escrevemos. Esse tipo de conexão é um pouco diferente para as crianças disléxicas, por isso a ideia de criar o jogo. Para ficar mais interessante, o jogo tem fases ou capítulos, que se passam em diferentes continentes. O usuário pode escolher o país que ele quer visitar”, explica Esteic.
“É um jogo de plataforma com obstáculos e cenários de diferentes países. Quando o usuário chega ao final do capítulo, ele tem um desafio que vai trabalhar com a escrita e a leitura, associando palavra e imagem”, complementa a orientadora.
Etapas – Para a criação da arte e do jogo em si, os estudantes utilizam ferramentas como Construct 2, Unity3D e Piskel. Parte dos capítulos e dos desafios já foi concluída. A finalização do “Pequenos Viajantes” depende ainda de entrevistas que serão feitas com fonoaudiólogos e psicopedagogos.
“As entrevistas com os profissionais são para que os estudantes conheçam as atividades desenvolvidas em consultório. Assim, poderemos utilizá-las no jogo, que está em fase de validação. Esperamos disponibilizá-lo nas escolas, para que a dislexia seja enfrentada de forma de divertida. Queremos que ele possa ser usado por qualquer criança, mas que esteja especialmente acessível para os portadores do transtorno”, explica a professora.
O “Pequeno Viajantes” visa sobretudo combater o preconceito. “As crianças geralmente não têm diagnóstico em sala de aula e a dislexia passa despercebida pelos professores. Isso faz com que esses alunos sejam vistos como preguiçosos, por isso é tão importante reconhecer o problema”, finaliza Esteic.
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