Funcionários denunciam atrasos salariais de empresa que atende poder público

Funcionários da empresa Rondai Segurança, que atua com serviço terceirizado de vigilância em diversos órgãos federais em Mato Grosso do Sul, afirmam que convivem há mais de um ano com atrasos no pagamento de salários. Além disso, vales-alimentação, pagamento de adicional de férias e depósito do FGTS também estariam irregulares. De acordo com os relatos […]

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(Foto: Reprodução)
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Funcionários da empresa Rondai Segurança, que atua com serviço terceirizado de vigilância em diversos órgãos federais em Mato Grosso do Sul, afirmam que convivem há mais de um ano com atrasos no pagamento de salários. Além disso, vales-alimentação, pagamento de adicional de férias e depósito do FGTS também estariam irregulares.

De acordo com os relatos enviados à reportagem, tem sido frequente o atraso de pagamentos à funcionários – o que aconteceria há pelo menos um ano – bem como o pagamento de férias. Neste caso, os trabalhadores estariam sendo liberados para o gozo, mas sem receber o adicional previsto em lei.

“O funcionário sai de férias, mas só vai receber depois que volta. Vários colegas passaram por isso”, comenta um funcionário, que não quis ser identificado por medo de retaliações.

“A gente tem notado que a empresa não está depositando o FGTS. Fui ver o financiamento da minha casa e não tinha saldo pra entrada no FGTS. Quem tem mais tempo de empresa também já disse que recebeu só os primeiros meses, e nunca mais recebeu”, afirma outro funcionário.

O pagamento do vale alimentação também sofreria com atrasos e até mesmo bloqueios. Isso porque, segundo os trabalhadores, a utilização dos vales é liberada, mas seria posteriormente bloqueada, devido á suposta falta de repasse às bandeiras.

O sindicato da categoria confirmou estar ciente das denúncias e afirmou que já há ações em andamento, mediadas pelo MPT (Ministério Público do Trabalho). “O maior cliente deles hoje é a Caixa Econômica Federal, mas tem outros órgãos federais. Já entramos em contato com essas empresas e elas afirmam que os repasses estão ok”, conta Celso Adriano, presidente do Seesvig (Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança).

Segundo ele, em relação às férias que não são pagas, o sindicato tem orientado aos trabalhadores a retornar às atividades. “Eles [a empresa] tem o prazo legal de pagar as férias até 48 horas antes da data. Quando isso não acontece, orientamos [o trabalhador] a retornar às atividades. Nós já mediamos casos assim e acionamos a gerência, e somente assim os adicionais foram pagos”, afirma.

Empresa nega

A reportagem entrou em contato com a empresa, que admitiu sofrer com falta de repasses por parte das empresas do governo federal com as quais mantém contrato, e que isso tem causado alguns atrasos. Porém, a demora nos pagamentos seria pontual e “questão de dias”.

“De fato nós enfrentamos dificuldade de pagar todos no 5º dia útil. Neste mês pagamos 60% nessa data e o restante alguns dias depois. Queremos resolver essa situação no segundo semestre, mas dependemos muito dos repasses do governo federal”, apontou, por telefone, Anderson Oliveira, diretor comercial da empresa.

Ainda segundo Oliveira, a empresa recorre, atualmente, à possibilidade de pagar o FGTS parcelado no prazo de até 60 meses, conforme é previsto legalmente. Já sobre o bloqueio dos tickets, a empresa nega que seja frequente.

“Os tickets são pagos rigorosamente em dia. O que ocorreu no mês passado é que houve um bloqueio no dia 20 devido a uma manutenção do sistema, mas avisamos com 15 dias de antecedência, eles foram informados disso”, acrescenta. “Antes disso, tivemos outro episódio semelhante, mas não foi por falta de dinheiro, mas porque trocamos de bandeira”, comenta.

Por fim, sobre o não pagamento das férias dentro do prazo legal, a empresa reconheceu que o fato ocorreu em alguns casos, mas que não se trata de algo generalizado.

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