Com duas unidades na Capital, Mato Grosso do Sul vai aderir ao Pecim (Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares) a partir de 2020. As escolas cívico-militares serão em regiões consideradas ‘de vulnerabilidade’, como os bairros Los Angeles e Jardim Anache. As unidades serão geridas pela SED (Secretaria de Estado de Educação), que aponta que o programa não vai ‘militarizar’ estudantes.

O superintendente de Políticas Educacionais da SED, Hélio Daher, coordenador de implantação das escolas cívico-militares em Mato Grosso do Sul, diz que é importante ressaltar que não serão escolas militares, mas sim, que haverá uma colaboração. “A atuação será em colaboração, nas áreas de gestão escolar e gestão educacional, a fim de contribuir com a melhoria do ambiente escolar. Vale destacar, ainda, que os militares não ocuparão cargos dos profissionais da educação, previstos – por exemplo – na Lei de Diretrizes e Bases da Educação”, afirma.

Daher ainda explica que a ordenação de despesas e a gestão das escolas serão da SED. Na gestão, as escolas terão, abaixo da direção, um responsável pedagógico e um da área militar, para coordenar os trabalhos do Programa.

Na matriz curricular, a diferença será a inserção de uma disciplina referente à atuação dos militares. As outras disciplinas serão as mesmas utilizadas nas demais escolas da Rede Estadual. A adesão ao programa é oficializada nesta sexta-feira (27).

As escolas cívico-militares

A proposta do Pecim será implantada na Escola Estadual Alberto Elpídio Ferreira Dias – Prof. Tito, no Jardim Anache, e na Escola Estadual Marçal de Souza, no Jardim Los Angeles. A primeira está em fase final de construção, vai colocar em prática uma proposta desenvolvida em parceria com o CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul). A Escola Marçal de Souza, que atualmente atende 800 alunos de ensino fundamental e médio, também terá a implantação da proposta a partir do ano letivo de 2020.

A SED afirma que a opinião da população dos bairros com relação às escolas cívico-militares é positiva. Segundo pesquisa, 93% dos moradores ouvidos no Jardim Anache aprovaram a proposta. No Los Angeles, quase 80% da população ouvida aprovou a adesão ao Pecim.

O superintendente da SED destacou que foram escolhidas duas escolas em regiões de vulnerabilidade, no Norte e no Sul de Campo Grande. “De acordo com a proposta do programa, as escolas terão apoio financeiro para infraestrutura, uniforme e material pedagógico, além da formação da equipe pedagógica e administrativa”, disse.

De acordo com o Governo Federal, a escola cívico-militar é um modelo desenvolvido para promover a melhoria na qualidade da Educação Básica do País. A proposta prevê, ainda, a construção de um ambiente de parcerias e de maior vínculo entre gestores, professores, militares, estudantes, pais e responsáveis.