Com rescisões assinadas, 16 funcionários da Luger estão desde março sem salário

Os funcionários do Grupo Luger de prestação de serviços, que trabalham na Funtrab (Fundação de Trabalho de Mato Grosso do Sul), denunciam que estão desde março sem salário, os que saíram de férias também não receberam e não há qualquer depósito de FGTS nas contas. A maior preocupação é que o contrato da empresa com […]

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Os funcionários do Grupo Luger de prestação de serviços, que trabalham na Funtrab (Fundação de Trabalho de Mato Grosso do Sul), denunciam que estão desde março sem salário, os que saíram de férias também não receberam e não há qualquer depósito de FGTS nas contas. A maior preocupação é que o contrato da empresa com o Governo se encerra este mês, as rescisões já foram assinadas pelos funcionários e não há parecer sobre acertos salariais.

Vários funcionários procuraram o Jornal Midiamax por já não saberem o que fazer. “A nossa preocupação é que, se eles não depositarem até a próxima segunda-feira (20), nós só vamos conseguir receber na Justiça”, diz uma denunciante de 27 anos, que está na empresa há oito meses.

Segundo a funcionária, quando a empresa é questionada sobre a demora nos pagamentos, eles jogam a responsabilidade ao Estado, dizendo que os pagamentos podem ser feitos com atrasos de três meses.

“É certeza que o contrato foi encerrado. A empresa alega que o Governo não está efetuando os repasses, mas e o FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço]? É descontado em folha, mas nunca depositado para ninguém”, relata.

Trabalhando na Funtrab, eles já viram várias situações em que ex-funcionários da prestadora de serviços nunca receberam a Garantia, sendo sempre necessários outros meios para o conseguir o Seguro Desemprego e acertos. “A gente tem acesso aos processos e várias pessoas que trabalham lá só conseguem o acerto em juízo, apresentando o holerite. Isso significa que é ‘costume’ da Luger não pagar corretamente”, explica a jovem.

A reportagem tentou entrar em contato com o Grupo Luger, mas não conseguimos retorno ou atendimento das ligações. A assessoria do Governo do Estado está averiguando a informação, há dois dias, para ter um parecer. Já o STEAC-MS (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Asseio e Conservação) diz que um conselheiro irá visitar a Fundação para estar devidamente informado da situação.

Já o MPT-MS (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul) solicita que os denunciantes procurem informar oficialmente a situação. O trabalhador interessado deve relatar o caso pelo link de denúncias, onde é garantido o sigilo do denunciante, mas é preciso que este sinalize a opção no cadastro.

Não é novidade

Em dezembro de 2017, o MPT-MS ajuizou a ação civil contra o Grupo Luger por conta do não pagamento de 13º, salário e vale-alimentação, além de não reajustar os valores pagos há três anos. A empresa apresentou defesa, mas o Juiz do Trabalho Titular, Tomas Bawden de Castro Silva, condenou a pagar integralmente os salários e conceder férias anuais remuneradas, sob multa de R$ 500 por cada infração e trabalhador prejudicado.

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