Pular para o conteúdo
Cotidiano

Com manobra para ‘inflar’ reunião, sindicato dos motoristas aceita proposta do Consórcio

Os empresários usaram manobra para ‘inflar’ assembleia nesta terça-feira (17) que votou o reajuste dos salários dos motoristas em Campo Grande. A estratégia usada pelo Consórcio foi de levar funcionários de outros setores das empresas, como administrativo e manutenção, para votar. Os motoristas acabaram ficando em minoria, já que a maioria deles estava trabalhando nesta […]
Arquivo -

Os empresários usaram manobra para ‘inflar’ assembleia nesta terça-feira (17) que votou o reajuste dos salários dos motoristas em . A estratégia usada pelo Consórcio foi de levar funcionários de outros setores das empresas, como administrativo e manutenção, para votar. Os motoristas acabaram ficando em minoria, já que a maioria deles estava trabalhando nesta manhã. O resultado da votação foi pelo reajuste de 3,5% com vale alimentação de R$ 125, opção que já era defendida pelo sindicato.

Para os motoristas, a votação foi injusta. Segundo eles, 60% dos motoristas trabalha pela manhã, ou seja, não pode comparecer à assembleia. “Eles pegaram o pessoal do administrativo e manutenção, que também estavam trabalhando, e trouxeram para cá. Já que era para trazer os trabalhadores, por que só uma parte deles? Por que deixaram os motoristas trabalhando normalmente?”, questiona o motorista Fernando de Sá.

Com a manobra dos empresários, o resultado da votação foi pelo reajuste de 3,5%, PLR (Participação nos lucros e resultados) de 9% sobre o salário e o vale alimentação de R$ 125. Foram 197 votos favoráveis, contra 143 motoristas que votaram por recusar a proposta do Consórcio. Havia uma terceira opção, com reajuste de 3,5%, os motoristas ficariam de fora da PLR e o vale passaria para R$ 295, entretanto, apenas cinco votaram por esta alternativa.

O presidente do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Urbano de Campo Grande), Demétrio Freitas, afirma que o sindicato representa todos os trabalhadores das empresas de ônibus, não só os motoristas. “Eles questionam ‘por que não liberaram também os motoristas para vir na assembleia?’ Não sabemos, nós [do sindicato] não temos este poder”, defende. Conforme informações do sindicato, o próximo passo será encaminhar a ata da assembleia com o resultado da votação para o TRT (Tribunal Regional do Trabalho).

Fernando considera que os motoristas saíram mais prejudicados, já que são eles quem mais sofrem no dia a dia das empresas de ônibus. “O administrativo trabalha de segunda a sexta, a manutenção de segunda a sábado. Nós trabalhamos quase 10 horas por dia, trabalhamos nos fins de semana e feriados”. Segundo motoristas, as empresas trouxeram 196 trabalhadores de outros setores para participar da votação.

O motorista da Silva também considerou a votação como injusta. Ele defende que, já que os trabalhadores de outros setores poderiam sair durante o serviço para votar, os motoristas também deveriam ter o direito. “Além desta injustiça, há perseguição das empresas. Trocaram vários motoristas de horário, alguns deles trabalham a noite e os colocaram de manhã, só para não poderem votar”.

Entenda a negociação salarial

Após faltar reunião com os trabalhadores e o sindicato, o pediu uma audiência de conciliação no TRT. Na segunda rodada de conciliação, a empresa apresentou duas propostas. O diretor-presidente da empresa, João Rezende, disse que o reajuste salarial dos funcionários poderia impactar o valor da tarifa do transporte público.

Durante a audiência, a empresa propôs a manutenção da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), aumento de R$ 15 no vale alimentação, que iria para R$ 125 e o reajuste salarial em 3,5%. A segunda proposta é a extinção da PLR, reajuste de R$ 185 no vale alimentação, que seria de R$ 295 e o reajuste salarial de 3,5%.

Vale lembrar que na primeira rodada de negociações, o sindicato dos motoristas pediu reajuste de 13% no salário e o Consórcio reagiu afirmando que a porcentagem poderia encarecer o “passe” de ônibus na Capital. Os empresários ganharam o contrato de concessão do transporte coletivo urbano de Campo Grande em 2012, no último mês do último mandato de Nelson Trad Filho como prefeito, e lucraram R$ 12,2 milhões em 2018, conforme informações contábeis que forneceram à Justiça.

Funcionários demitidos

Dois motoristas que lideravam paralisação e manifesto por reajuste salarial foram demitidos pelo Consórcio Guaicurus. Sem o apoio do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), que considerou a manifestação ilegal, os funcionários foram demitidos por justa causa.

Os funcionários da Viação Campo Grande e Viação Cidade Morena, Carlos Eduardo Ferreira da Silva e Thiago Martins de Souza, respectivamente, afirmaram ao Jornal Midiamax que as demissões são uma retaliação das empresas para inibir e intimidar os demais funcionários que planejam participar da paralisação. O movimento iria acontecer nesta sexta-feira, mas após reunião motoristas decidiram adiar o ato.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

VÍDEO: Ladrão força funcionário a ficar de joelhos e ameaça clientes com faca em pizzaria de MS

10h de festança! Arraiá da AACC traz quadrilha e comidas típicas em Campo Grande

lula

Empresários franceses prometem a Lula investir R$ 100 bi no Brasil

semana propaganda partidária eleitoral

Justiça Eleitoral aprova propaganda partidária de 12 diretórios para 2º semestre em MS

Notícias mais lidas agora

No pantanal das onças grito de socorro

No Pantanal das onças, de quem é o grito de socorro que ninguém está ouvindo?

ccr km perigoso br-163

Após aumento de pedágio, ANTT homologa Motiva como vencedora do leilão da BR-163

Consórcio Guaicurus tenta reduzir multa de R$ 150 mil por ônibus lotados na pandemia

Trump rejeita reconciliação com Musk e guerra preocupa republicanos

Últimas Notícias

Polícia

Após se envolver em acidente com dois veículos, sargento do Exército vai parar na delegacia

Ele estaria embriagado, mas se recusou a realizar o teste de bafômetro

Cotidiano

Técnicos fazem análise de querosene vazado de caminhão-tanque no Nova Campo Grande

O laudo deve avaliar se há algum curso de água por perto, até onde o combustível chegou e se há riscos ambientais

Esportes

Onde assistir: seleções enfrentam eliminatórias para Copa do Mundo de 2026

Rodada terá duelos de times da Europa

Polícia

Investigação sobre chacina de 2024 mobiliza polícia paraguaia na fronteira com MS

Ataque aconteceu em Pedro Juan Caballero em janeiro do ano passado e deixou seis mortos