Bancários fecham agências até 12h em Campo Grande contra mudanças trabalhistas

Contra a MP (Medida Provisória) que quer aumentar a carga horária para 8 horas e impor o trabalho aos sábados, bancários devem protestar nesta quinta-feira (21) em Campo Grande. As principais agências bancárias devem abrir uma hora mais tarde. A MP 905/2019 assinada pelo presidente Jair Bolsonaro institui o contrato de trabalho Verde e Amarelo […]

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(Foto Ilustrativa: Henrique Arakaki)
(Foto Ilustrativa: Henrique Arakaki)

Contra a MP (Medida Provisória) que quer aumentar a carga horária para 8 horas e impor o trabalho aos sábados, bancários devem protestar nesta quinta-feira (21) em Campo Grande. As principais agências bancárias devem abrir uma hora mais tarde. A MP 905/2019 assinada pelo presidente Jair Bolsonaro institui o contrato de trabalho Verde e Amarelo e é considerada a ‘nova reforma trabalhista’.

O Sindicato de Bancários de Campo Grande e Região afirma que a medida provisória passa por cima da Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários quando libera a abertura das agências aos sábados e aumenta a carga horária de seis para oito horas diárias.

A categoria ressalta que a própria CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) diz que os acordos coletivos têm prevalência sobre a lei. No caso dos bancários, há uma convenção coletiva em vigor.

A presidente do sindicato, Neide Rodrigues, afirma que este é um ataque aos direitos dos bancários. “Essa medida desrespeita acordo selado entre os bancos e os representantes da categoria bancária. Esse acordo foi aceito pelos bancos e precisa ser respeitado, é uma questão legal. Não podemos aceitar essas mudanças pacificamente”, comenta.

Rodrigues pontua que além do aumento da carga de trabalho, a MP ainda dispõe que a negociação da PLR (Participação em Lucros e Resultados) ocorra sem a participação das entidades sindicais. Segundo a presidente do sindicato, a categoria foi pega de surpresa. “Já temos bancários adoecidos pelas metas abusivas, é um trabalho que exige atenção especial. Queremos que respeitem a convenção coletiva”, diz.

Atualmente, o piso da categoria é de R$ 2.302 para o trabalho de seis horas por dia. A MP não define se haverá um aumento da remuneração com a mudança da carga horária, mas a presidente do sindicato diz que isso dificilmente deve ocorrer.

“Quem trabalha oito horas tem um acréscimo salarial por essa jornada. Com a implantação dessa MP, a tendência é que o valor se mantenha. Não terá mais a obrigatoriedade de pagar mais para quem trabalha oito horas porque a jornada de todos já vai ser essa”, explica.

Nesta quinta-feira (21), as principais agências de cada banco abrem ao meio-dia. O sindicato deve convocar uma plenária para discutir questões jurídicas e planejar próximas mobilizações. Na Capital, há 2 mil bancários filiados no sindicato.

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