Você se cuida? Até outubro de 2019, Santa Casa atendeu 1,2 mil vítimas de quedas
Santa Casa A queda da própria altura (QPA), aquela em que a vítima cai no próprio nível em que se encontra, isto é, a perda repentina da posição ereta, como na situação “tropeçou e caiu”, ocorre principalmente em idosos e as lesões podem ser graves e oferecem riscos de morte. “A queda da própria altura […]
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A queda da própria altura (QPA), aquela em que a vítima cai no próprio nível em que se encontra, isto é, a perda repentina da posição ereta, como na situação “tropeçou e caiu”, ocorre principalmente em idosos e as lesões podem ser graves e oferecem riscos de morte. “A queda da própria altura (QPA) é considerada um problema de saúde pública, tanto pela sua alta frequência como pelos seus efeitos diretos e indiretos sobre a saúde da população”, afirmam os médicos da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, José Gustavo Parreira e André Mazzini Ferreira Vianna. Só em 2018, a Santa Casa de Campo Grande registrou 1.569 atendimentos de vítimas de queda da própria altura e, de janeiro a outubro de 2019, 1.218 pacientes já foram atendidos.
A Associação Médica Brasileira (AMB) estima que, anualmente, 50% da população com mais de 65 anos sofre com quedas e, 70% destas ocorrem dentro de casa. “O avanço da idade provoca mudanças muito significativas que alteram as respostas do organismo em situações de desequilíbrio e, por isso, o risco de queda aumenta. As estatísticas comprovam a gravidade do problema”, destaca o presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Regional de Mato Grosso do Sul e médico da Santa Casa de Campo Grande, Dr. Marcelo Luiz Quarteiro.
De acordo com o Dr. Marcelo Quarteiro, as fraturas mais frequentes acontecem nos punhos e nos quadris, que é a mais incapacitante e com risco de morte. Para Organização Mundial de Saúde (OMS), uma das maiores causas de acidentes e fraturas de idosos no Brasil são as quedas, cerca de 30% das pessoas com mais de 65 anos já sofreram algum tipo de queda ou acidente causado por escorregões e tropeços. Cerca de 50 % dos pacientes com fraturas do quadril irão á óbito em um ano após a fratura por limitações de mobilidade, comorbidades e complicações associadas.
O tratamento das fraturas deve ser realizado no tempo mais breve possível e visa reestabelecer a função do membro com a consolidação das fraturas e reestabelecimento da função. Segundo o médico, a prevenção é a chave mestra para evitar quedas, por exemplo, casas seguras e adaptadas são as primeiras recomendações, como: deixar os cômodos mais bem iluminados e com menos móveis e objetos que possam se tornar obstáculos, garantir que o piso esteja sempre seco e sem tapetes, ajustar a altura da cama e do vaso sanitário, instalar barras de apoio em locais estratégicos (nas paredes, no banheiro, perto da cama do idoso, entre outros), usar sapatos confortáveis e antiderrapantes.
Além das consequências ortopédicas, existem também as neurológicas. Para o neurocirurgião, Dr. Felipe Guardini, dependendo da queda, o paciente pode ter uma concussão cerebral (trauma crânio-encefálico) que é quando o mesmo fica desorientado, com amnésia, tontura, ou seja, um trauma leve, pode ter também uma contusão em que os exames de imagem detectam lesão cerebral e, por último, ele pode ter um trauma tão forte que causará a isquemia total do cérebro, acarretando a hipertensão intracraniana, podendo o paciente evoluir para morte encefálica. “As sequelas podem ser simples desde a perda de memória até casos mais graves no qual o paciente fica sem caminhar, falar ou até mesmo em coma”, afirmou.
O médico explica que em casos de traumas crânio-encefálico leves, recomenda-se que o paciente fique em observação no Centro de Tratamento Intensivo e, nos casos mais graves é feito uma neurocirurgia para tentar “resgatar” o paciente, desde a colocação de cateter para a mensuração da pressão intracraniana e monitorização até a craniectomia descompressiva em que parte do osso craniano é removido para redução da pressão.
As quedas não se restringem apenas as de própria altura. Ainda no período de janeiro a outubro de 2019, a Santa Casa de Campo Grande recebeu também 1.277 vítimas de queda acidental, 133 vítimas de acidentes domésticos, 166 decorrentes de quedas de telhado, 145 quedas de escada, 95 vítimas de quedas de animal e 26 de quedas de muro. Por isso, é extremamente importante alertar a população sobre as causas e consequências que uma queda pode levar, garantindo assim, uma qualidade de vida melhor para a população. Além disso, o tratamento da osteoporose é outro ponto que deve ser priorizado na prevenção das fraturas, pois ossos mais fortes quebram menos.
Alguns hábitos simples e pequenas dicas podem evitar acidentes e garantir a segurança dos idosos que são as maiores vítimas das quedas. Ter uma alimentação balanceada, realizar consultas médicas e exames de rotina periodicamente, realizar atividade física também evitam quedas, pois fortalecem a musculatura e aumentem a flexibilidade. A Santa Casa de Campo Grande oferece à comunidade a “Pracinha da Saúde”, uma academia ao ar livre que funciona de segunda-feira a sábado, das 6h às 10h e das 16h às 20h.
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