A prefeitura de Dourados divulgou nesta quinta-feira (5) que abriu sindicância para apurar a denúncia sobre possíveis adulterações no prontuário médico de um bebê que morreu em junho na UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

De acordo com o comunicado, serão apuradas eventuais responsabilidades sobre os fatos sobre a busca e apreensão de documentos feita pela Polícia Civil na manhã de quarta-feira (5) onde houve a confirmações de documentos contraditórios, segundo a polícia.

Em Brasília (DF) para reuniões com o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, onde busca novos recursos para o setor em Dourados, a secretária de saúde de Dourados e Interventora da Funsaud (Fundação de Saúde de Dourados), Berenice de Oliveira Machado Souza, falou com o Midiamax e disse que também aguarda o resultado das investigações policiais para tomar conhecimento do real objeto de análise.

“Foi aberta a sindicância e vamos também esperar o que a polícia encontrou nas investigações para poder tomar as nossas providências”, disse a secretária que também comentou sobre a troca da direção técnica da UPA publicada em Diário Oficial.

“Fiz essa troca para colocar uma pessoa de minha confiança. Não tem nada em relação a denúncia. Assim como as outras trocas que estamos fazendo dentro de nossa pasta. Além de colocar pessoas de minha confiança, também estamos enxugando a folha, pois estamos trabalhando no vermelho”, encerrou a secretária se referindo a exoneração de Lais Dias Azevedo e a nomeação de Renato Cezar Nassr.

O caso

Nesta quarta-feira, a polícia civil realizou buscas e apreensões de documentos na UPA e, segundo o delegado Dr. Erasmo Bruno de Mello Cubas, encontrou documentos diversos e que não são os mesmos apresentados que estava na UPA quando eles foram requisitados. Ainda de acordo com o delegado, houve a materialização do crime de falsidade ideológica no prontuário do bebê de três meses que morreu no dia 17 de junho.

“Ela foi internada com quadro febril e com dores. Depois foi liberada e retornou em outra data e faleceu dois dias depois. Temos que analisar os documentos. Não podemos abordar ainda essas alterações, nem apontar ainda as pessoas envolvidas”, relatou o delegado.

Após a morte da bebê, a família procurou a polícia inconformada e acreditando ter ocorrido um erro médico. O laudo, a princípio, apontou que a morte foi em decorrente a problemas de saúde. No entanto, uma denúncia anônima relatou que os documentos de atendimento na UPA teriam sido de alguma forma manuseados e alterando algumas informações. Dessa forma, iniciou as investigações que culminaram na busca e apreensão.