A Polícia Civil está investigando os motivos de encontrar adulterações no prontuário médico de um bebê de três meses que morreu no dia 17 de junho na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Dourados. Na manhã desta quarta-feira (4), policiais estiveram no local para recolher cópias de documentos e verificaram divergências com os que foram apresentados anteriormente.

Após a morte da bebê, a família procurou a polícia inconformada e acreditando ter ocorrido um erro médico. O laudo, a princípio, apontou que a morte foi em decorrente a problemas de saúde. No entanto, uma denúncia anônima relatou que os documentos de atendimento na UPA teriam sido de alguma forma manuseados e alterando algumas informações.

O delegado responsável pelo caso, Dr. Erasmo Bruno de Mello Cubas, falou com a imprensa no final da manhã e confirmou a materialização do crime de falsidade ideológica no prontuário.

“Durante as investigações solicitamos esta busca de hoje para verificar a veracidade ou não dos fatos apresentados na denúncia e encontramos documentos diversos e que não são os mesmos apresentados que estava na UPA quando eles foram requisitados. Dessa forma foi alterado. É divergente”, disse o delegado.

Mesmo com as adulterações, o delegado disse que ainda é cedo para relacionar com a morte da menina. “Não há como ligar ainda essas alterações com a morte da criança, pois ainda há uma investigação. No entanto, há o crime de fé pública, de falsificação documental, falsificação ideológica, porque as provas que foram colhidas no local com as que tínhamos aqui na delegacia são conflitantes”, completou.

O delegado ainda disse que o prontuário médico não é claro na causa da morte e não tem como afirmar se também houve algum erro no atendimento.

“Ela foi internada com quadro febril e com dores. Depois foi liberada e retornou em outra data e faleceu dois dias depois. Temos que analisar os documentos. Não podemos abordar ainda essas alterações, nem apontar ainda as pessoas envolvidas”, relatou.

Após recolher os documentos, serão convocados a depor todas as pessoas que tiveram diretamente envolvimento no caso. O inquérito só será concluído depois de todas as oitivas e não há um prazo para apresentação final.

O Midiamax entrou em contato com a secretária de Saúde de Dourados, Berenice Machado de Souza, que disse já estar providenciando uma investigação sobre o ocorrido e dessa forma tomar as providências necessárias.