‘Rolezinho’ gera sujeira e insegurança aos arredores da Orla Morena
O principal espaço a céu aberto de Campo Grande virou point de encontro de centenas de jovens aos finais de semana. A situação seria comum se, após os ‘rolezinhos’, os adolescentes não deixassem um rastro de sujeira e destruição no local. A situação é denunciada por comerciantes e moradores da região que temem pela segurança […]
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O principal espaço a céu aberto de Campo Grande virou point de encontro de centenas de jovens aos finais de semana. A situação seria comum se, após os ‘rolezinhos’, os adolescentes não deixassem um rastro de sujeira e destruição no local. A situação é denunciada por comerciantes e moradores da região que temem pela segurança e limpeza da Orla Morena.
Local preferido pelos adeptos a exercícios em praça pública, a Orla Morena é palco de caminhadas, práticas de esportes e encontro de amigos de todas as idades. A comunidade, entretanto, vem perdendo espaço para os frequentadores que utilizam o local para o consumo de bebidas alcóolicas, drogas e vandalismo.
A condição reflete, segundo moradores, na segurança das residências e comércios. Com a escassez de ronda policial no período da noite, ainda conforme a comunidade, a praça fica erma e dá vazão para a prática de delitos. Além disso, quilos de garrafas e copos são deixados por todo canto e precisam ser retirados pelos próprios frequentadores da Orla.
Gentil Silva possui uma marcearia há 50 anos no mesmo ponto. O comerciante, de 67 anos, já foi assaltado três vezes este ano. Na última ocorrência, os bandidos entraram pelo forro por volta das 5h. Com medo do aglomerado de adolescente nos finais de tarde, Gentil chega a fechar as portas mais cedo na tentativa de inibir possíveis furtos.
“Tem vezes que eu fecho a mercearia mais cedo com medo de assalto. Isso prejudica as vendas, mas está cada vez pior, a gente não tá dando conta.”
Pingo herói
Uma imóvel que serve como centro de podologia, na Rua Assis Chateaubriand, também foi alvo da bandidagem na última semana. No entanto o crime foi frustrado pelo cachorro pinscher da família que latiu e “avisou” os vizinhos que havia um intruso no imóvel.
A manicure Letícia de Carvalho conta que, durante a madrugada, o suspeito usou um buraco no muro para pegar impulso e atravessar o vão entre as cercas elétricas da residência. O suspeito chegou a arrombar a porta, mas desistiu de cometer o crime quando foi flagrado pelo cachorro Pingo.
“O pinscher começou a latir muito alto com a presença do bandido e alertou os vizinhos. Acho que ele ficou com medo e foi embora sem levar nada, mas a fechadura chegou a ser arrombada.”
Prática de esportes interrompida
Todos os dias, por volta das 19h, Hudson Cassio Martins reúne os amigos e oferece aula de patinação gratuita para a comunidade. Munidos de cones, patins e todos os apetrechos para a prática do esporte, a trupe vai até a Orla Morena e garante momentos de descontração e lazer.
O desconforto começou, de acordo com Hudson, quando centenas de adolescentes decidiram usar o espaço para consumir bebidas alcóolicas e drogas. O rapaz ainda garante que os jovens já tentaram furtar sua caixa de som e passam chutando os cones utilizados para patinação.
“Eles usam o Facebook para combinar o famoso Rolezinho. É um encontro que reúne de 300 a 400 adolescentes, aos sábados, aqui na Orla. Eles ficam aqui ouvindo funk, bebendo álcool e fumando droga sem se importarem com a presença de crianças, idosos ou policiais. Passam chutando tudo. Tentaram levar o equipamento que a gente utiliza para ouvir música, se eu não tivesse atento, levava esse prejuízo.”
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