Projeto Beleza Negra reúne 77 trabalhos de alunos de 45 escolas da Reme

Assessoria Com a proposta de valorizar a cultura afro-brasileira, a prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), inaugurou nesta segunda-feira (12), a segunda edição do projeto: “Beleza Negra –  ressignificações da mulher negra na obra de arte”, com telas produzidas a partir de diversas técnicas e elementos, que poderão ser […]

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Com a proposta de valorizar a cultura afro-brasileira, a prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), inaugurou nesta segunda-feira (12), a segunda edição do projeto: “Beleza Negra –  ressignificações da mulher negra na obra de arte”, com telas produzidas a partir de diversas técnicas e elementos, que poderão ser vistas no shopping Bosque dos Ipês até o dia 25 de novembro, durante o horário de funcionamento do local.

Afro (2)O evento, que marca o mês da Consciência Negra, tem o objetivo de implementar a Lei nº10.639/2003, que propõe ações nas escolas que favoreçam a desconstrução de estereótipos e preconceitos relacionados à população afrodescendente. Para isso, as unidades da Rede Municipal de Ensino (Reme) desenvolvem projetos e atividades durante o ano no sentido de promover o fortalecimento da autoestima e intensificar as ações voltadas para a prevenção de violência contra a mulher.

A segunda edição do Projeto Beleza Negra reúne 77 trabalhos de alunos de 45 escolas da Reme que fizeram adesão ao projeto e desenvolveram durante o 3º e 4º bimestre a sequência didática prevista no projeto, tendo como ponto de partida a discussão sobre as nuances do racismo que se fazem presentes na representação da mulher na mídia, literatura, obras de arte e propagandas, com o objetivo de fortalecer a autoestima da mulher negra.

Presente na abertura da mostra, a secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, disse que é importante desenvolver  ações contra o preconceito para fortalecer o respeito. “Infelizmente ainda nos deparamos com situações de racismo em nosso dia a dia, por isso precisamos reforçar sempre essas iniciativas que valorizam a cultura afro e mostram que somos todos iguais”, comenta.

De acordo com a chefe da Divisão de Educação e Diversidade, Magali Luzio Ferreira, a mulher negra desempenha um importante papel na sociedade brasileira, contudo, ainda enfrenta muitos problemas decorrentes do preconceito. “A equipe da DED vem trabalhando a questão pedagógica junto aos professores,  estimulando e sugerindo os trabalhos didáticos a serem desenvolvidos sobre a cultura afro e a indígena porque é necessária a desconstrução da objetificação que envolve a imagem da mulher negra”, ressaltou.

Ela completa dizendo que além de pouco representada, a mulher negra é retratada com um preconceito mascarado por trás das palavras e das imagens, por isso a proposta dos trabalhos é retratar um universo repleto de referências de penteados, roupas, adereços e maquiagens que valorizam os traços e as características da beleza afro, fortalecendo assim a autoestima das estudantes e a valorização de sua identidade.

Obras

O aluno Daniel Rodrigues dos Santos, do 3º ano da escola Virgílio Alves de Campos, escolheu cores vibrantes para protestar contra o preconceito em sua tela. “Temos que ter respeito com todas as pessoas, foi isso que quis dizer no meu quadro”, enfatizou.

Já a aluna Andressa Pereira, 13 anos, do 9º ano, conta que pesquisou sobre a cultura afro para produzir sua obra. “Fui criando minha ideia aos poucos, conforme ia lendo sobre o assunto e as dificuldades enfrentadas pelos negros. Como sou descendente, fico muito triste quando vejo alguém praticando racismo. Para mim, é como se fosse bullying”, pontuou.

Para a diretora Ângela Maria de Brito, o combate ao racismo e a defesa dos tratamentos igualitários devem ser temas constantes, por isso eles já compõem o projeto político-pedagógico da Reme. “São temas trabalhados durante o ano todo, não apenas em momentos pontuais”, destacou a diretora, que emocionou o público ao levar a tela de um aluno em que ele retratou a própria mãe. “Para ele, ela é uma heroína, o que a fez se emocionar com a homenagem”, finaliza.

 

 

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