Moradores do Maria Pedrossian reclamam do assédio de pedintes
Comerciantes e moradores do bairro Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande, reclamam da presença constante de moradores de rua e relatam problemas como invasão aos estabelecimentos comerciais. Outra reclamação constante é sobre o assédio por parte da população de rua, que costuma pedir dinheiro. O presidente da Associação dos Moradores do Parque Residencial, Jânio Batista […]
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Comerciantes e moradores do bairro Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande, reclamam da presença constante de moradores de rua e relatam problemas como invasão aos estabelecimentos comerciais.
Outra reclamação constante é sobre o assédio por parte da população de rua, que costuma pedir dinheiro.
O presidente da Associação dos Moradores do Parque Residencial, Jânio Batista Macedo, conta que os pedintes são oriundos de outros municípios, que vão para a Capital com o intuito de serem atendidos no Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante).
O problema social começa porque os assistidos não aceitam as regras do local e optam por morar na rua. Sem emprego e apoio da família, os andarilhos batem às portas das residências e ficam em frente aos comércios pedindo doações na esperança de sustentar o vício pelo álcool mais um dia.
A comunidade buscou uma forma de tentar inibir abordagens dos moradores de rua que, segundo relatos, algumas vezes são até agressivos diante de negativas. A decisão em não doar quantias em dinheiro é unânime entre os empresários e moradores da região. O objetivo é dispersar o aglomerado dessas pessoas nos parques e principais ruas do Maria Pedrossian.
“A situação está insustentável, eles ficam em grupos nas frentes dos comércios pedindo dinheiro, cachaça. São pessoas que não se encaixam nas regras do Cetremi e ficam perambulando pelas ruas. Eles saem e enfrentam os moradores, exigem as coisas.”
Além de quantia em espécie, a comunidade também evita fazer doações de mantimentos e roupas. A atitude foi a maneira encontrada para não estereotipar certas residências como locais de fácil acesso a doações.
“Semana passada foi um lá em casa, descalço e disse que estava sem cobertor. Depois que eu dei, passaram mais três, um atrás do outro. Um vai contando pro outro que em tal casa é só pedir que o morador dá então ficam dia e noite batendo na porta,” desabafa José Lúcio que mora há 20 anos na mesma casa.
A proprietária de uma farmácia, localizada na rua Orlando Darós, já perdeu as contas de quantas vezes o local foi alvo dos pedintes. Como o estabelecimento tem uma máquina de sorvete para os clientes não é raro ver aglomeração de pessoas pedindo o doce.
Além da inconveniência, Gabriela Leite conta que já flagrou pequenos furtos na farmácia. Desodorantes, aparelhos de barbear, fraldas e pastas de dentes são os produtos que “somem” com frequência do comércio. “Eles também chutam o lixo e nós temos que juntar. Entram aqui, derrubam produtos da perfumaria e uma vez até fizeram xixi na balança.”
Na última segunda-feira (22), uma cliente passou por momentos de constrangimento no local. A empresária conta que uma mulher entrou na farmácia, falou que sentia sede e pediu um copo de água.
Assim que deu o primeiro gole, reclamou que a água não estava gelada e ficou revoltada. “Ela ficou nervosa e disse que a gente não estava gelada. Então, em um momento de descontrole, pegou o copo e jogou contra uma cliente que estava aqui fazendo compras.
Cetremi
A Prefeitura Municipal, por meio da assessoria de imprensa, explica que o serviço do Cetremi é “pautado pelo trabalho técnico com a atuação de psicólogos e assistentes sociais e que todos os acolhidos passam por entrevista técnica.”
Além disso, os assistidos também “desenvolvem em conjunto seu Plano de Atendimento Individual, recebendo apoio para executá-lo e tendo atendidas pela Unidade suas necessidades básicas (higiene, alimentação e moradia). Problemas relativos a violações de direitos como as denunciadas, ou seja, de migrantes desempregados e despejados próximos ao Cetremi são encaminhados ao Ministério do Trabalho e Emprego para que proceda as notificações.”
O órgão salienta que o (Seas) Serviço Especializado de Abordagem Social faz rondas periódicas e ações pontuais no local e oferece os Serviços do Centro POP e Cetremi, além de outros encaminhamentos, no entanto tais serviços são facultados aos indivíduos que têm por direito a escolha de fazer da rua sua moradia ou espaço de sobrevivência.
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