Família de ex-atleta em estado vegetativo tenta custear tratamento
Paulo Muniz sofreu três paradas cardíacas após engasgar-se com água
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Paulo Muniz sofreu três paradas cardíacas após engasgar-se com água
A família do ex-atleta Paulo José Muniz, de 61 anos, ex-presidente da Federação de Karatê de Mato Grosso do Sul, amarga com a falta de celeridade da Justiça em processo que requer, junto ao município de Campo Grande e ao governo do Estado, o custeio das despesas médicas necessárias para manter Paulo Vivo. Em 17 de abril de 2017, o ex-atleta engasgou-se com água, que foi parar no pulmão. Ele sofreu três paradas cardíacas e devido a falta de oxigenação no cérebro, ficou em estado vegetativo.
De acordo com a família de Paulo, foram, ao todo, 40 dias de internação na Santa Casa de Campo Grande, até que o paciente recebeu alta para receber os cuidados em casa. A família, no entanto, não tem condições de custear todas as despesas decorrentes do tratamento, que resultariam em cerca de R$ 10 mil. Desse total, 70% por cento vem decorrente de doações de amigos e ex-alunos de Paulo.
Daniel Muniz, filho de Paulo, afirma que ao levar o pai para casa, a família conseguiu instalar uma UTI em casa, a partir de doações. No entanto, a família teme por não poder dar continuidade aos cuidados domiciliares, já que os gastos são altos.
“Acionamos a Justiça, por meio da Defensoria Pública, mas até agora não tivemos resposta. Nós pedimos ajuda para que o processo destrave, pois temos medo de não conseguir continuar mantendo meu pai vivo”, explica Daniel, que também é atleta de karatê, assim como o pai.
Segundo ele, outro problema é que a família não consegue requerer a aposentadoria de Paulo por invalidez. Ele foi policial militar e teria participado de um PDV (programa de demissão voluntária) Policia Militar. “Em tudo que estamos fazendo dependemos de doações. Se ele precisa ir no hospital temos que agilizar uma ambulância”, conta Daniel.
Na academia que era mantida por Paulo, dos cerca de 30 alunos, apenas 10 continuam a frequentar, o que custearia somente as despesas como água e energia.
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Na época, o juiz responsável pelo caso solicitou que Paulo passasse por perícia para comprovar os problemas de saúde. Pouco tempo depois, no entanto, o magistrado declarou confliuto de competência, em razão de haver envolvimento dele com algumas das parte da ação. O processo foi então repassado para a 1ª Vara no dia 5 de fevereiro.
O que tem impedido o desfecho da ação, segundo a Defensoria, é a realização da perícia médica. O perito nomeado pelo judiciário para analisar a situação de Paulo solicitou R$ 3 mil em honorários, situação comum em que a quantia é paga pelo Estado em razão da Justiça gratuita conquistada pela família.
Em resposta ao pedido, o juiz José Eduardo Neder Meneghelli determinou diminuição do honorário para R$ 1,2 mil. O perito, por sua vez, se manifestou afirmando que o valor é insuficiente. Diante do impasse, a perícia ainda não foi realizada e o processo segue sem desfecho, para preocupação da família. (Colaborou Aliny Mary Dias)
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