‘Gigantes' passam por tratamento, mas população teme mais quedas

As árvores da Avenida Afonso Pena são um símbolo para . Na via mais importante da cidade, elas chamam a atenção de quem passa pelo local, seja pela beleza ou pelas sombras que oferecem. De acordo com a prefeitura, no ano passado 43 árvores passaram por cuidados intensificados e as ações devem continuar em 2018. Apesar do manejo, há quem considere os cuidados com as centenárias bastante escassos. 

Após a queda de uma Flamboyant no dia 15 de janeiro deste ano, o Jornal Midiamax foi às ruas para ouvir as pessoas sobre a importância e os cuidados com as árvores no canteiro central da avenida mais movimentada da cidade.

Quase na esquina das avenidas Afonso Pena com Ernesto Geisel, trecho onde a árvore caiu, houve o plantio de uma nova muda. Em frente do canteiro, a atendente de uma lanchonete, Jéssica Gamarra, 27 anos, conta que quase nunca vê o manejo dessas espécies. “A única coisa que a gente vê mesmo é poda quando está muito alto”, comentou. A jovem relatou ainda que passou a ver com mais frequência os cuidados na área após a queda da árvore.

Para a atendente, o plantio dessas espécies ajuda a refrescar no ‘calorão' da cidade e torce para que haja outros plantios. “Poderia ter mais, mas se cuidassem porque se não, fica difícil”, lamentou.

Estão morrendo? Após queda, até cirurgia tenta salvar árvores da Afonso Pena

Na quadra entre a Calógeras e a Ernesto Geisel, outras árvores da mesma espécie preenchem o canteiro. Também sob a copa dessas árvores para escapar do sol, o técnico em telecomunicações Lauir Ferreira, 46 anos, conta que, apesar de ser bom para os pedestres, algumas espécies são antigas e que sem o devido cuidado, preocupa. “ É bom, mas árvores novas. Tem muitas árvores [velhas] caindo por aí”, observou.

Assim como muitos pedestres, a cabeleireira Daniela Epifânio Dias Rosa, 41 anos, aproveita a sombra das árvores para cruzar a avenida pela ciclovia. “Melhora o ambiente e ajuda a gente a se refrescar com a sombra”, contou.

 Henrique Kawaminami)​Embora as espécies sejam apreciadas pelos pedestres que passam por ali, a cabeleireira, que passa sempre pela área para ir para casa, acredita que poderiam haver mais cuidados, geralmente vistos apenas em datas especiais. “Quando tem uma data festiva, alguma coisa que vai chamar a atenção da cidade, eles [prefeitura] têm um cuidado maior”, contou.

Vendendo água de coco há 11 anos esquina da Rua 14 de Julho com a Afonso Pena, o vendedor Edson Vital, 42 anos, também gosta das árvores na região, principalmente por acreditar que há uma melhora na qualidade de vida. “Elas contribuem para o meio ambiente e para o bem-estar da gente”, disse. Para Vital, o local é mais arejado pelo plantio dessas espécies no centro da cidade.

E justamente pela sombra fresca e aconchegante que a empresária Lilian Veron Garcia, 38 anos, parou com o sobrinho para visitar a estátua do poeta Manuel de Barros, na esquina da avenida com a Rui Barbosa, enquanto esperava sua carona. O fato de ter tantas árvores espalhadas pela cidade é um diferencial para ela na qualidade de vida. “Um local arborizado assim é maravilhoso. Tem o Parque dos Poderes, a reserva da UFMS [Universidade Federal de Mato Grosso do Sul] que quando você passa de carro, você sente aquele frescor”, contou. 

O que foi feito

Sobre a árvore que caiu em janeiro, a Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana) informou que houve fatores que contribuíram para sua queda, citando o solo úmido devido às chuvas, a característica da raiz, que é aérea, além da própria idade da espécie. Para este ano, a prefeitura informou que está monitorando a situação das espécies, para o caso de ter que realizar alguma ação.

Estão morrendo? Após queda, até cirurgia tenta salvar árvores da Afonso Pena

Segundo a prefeitura, os trabalhos consistiram em ações como podas, remoção de galhos, plantio, controle de pragas, adequados conforme cada espécie. Outro tipo de tratamento dado às árvores, segundo o município, foi a realização de dendrocirurgia, que é uma técnica de remoção de tecidos necrosados, contando com a utilização de fungicidas para recuperar a árvore.

A aplicação dos fungicidas, segundo a prefeitura, foram executadas em duas etapas com intervalos de 15 dias entre elas. As ações também foram realizadas à noite para atingir insetos que danificam as espécies.