Ansiedade, medo de fome e desejo de mudar de vida são histórias do Enem 2018
A cada edição do Enem, a fila de pessoas que aguarda a abertura dos portões guarda histórias que mostra o perfil diverso dos candidatos. Neste domingo (11), serão aplicadas as provas de matemática e ciências da natureza. A reportagem do Jornal Midiamax acompanhou os momentos antes da abertura dos portões e conversou com alguns candidatos. […]
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A cada edição do Enem, a fila de pessoas que aguarda a abertura dos portões guarda histórias que mostra o perfil diverso dos candidatos. Neste domingo (11), serão aplicadas as provas de matemática e ciências da natureza.
A reportagem do Jornal Midiamax acompanhou os momentos antes da abertura dos portões e conversou com alguns candidatos. O primeiro a chegar, a aposentada tentando melhores condições e, claro, aqueles que morrem de medo de passar fome.
Cedinho
Às 7h40m o estudante Arthur Gregório, de 25 anos, desembarcava do ônibus, em frente à Uniderp, um dos locais onde as provas estão sendo aplicadas em Campo Grande. É a segunda vez que ele faz o Enem, e conta que saiu às 6h de casa, pois mora no bairro José Teruel Filho, próximo ao Dom Antônio. “Não é medo, queria ser precavido. A probabilidade de acontecer algo no caminho é grande, não queria correr esse risco”, conta ele que pegou dois ônibus para chegar ao destino.
Em relação à prova, ele acredita estar menos preparado que na semana passada, mas que a probabilidade de ter uma boa classificação melhor é grande, devido ao número de concorrentes haver diminuído bastante. “Na semana passada eu também cheguei às 7h40m e tinha várias pessoas. Hoje era eu e o pessoal montando [vendedores] as barracas”, afirma o pretendente a acadêmico de engenharia de software.
Mudar de vida
Já aposentada, Maria Rosa Rodrigues dos Santos, de 77 anos, presta o Enem pela segunda vez. O motivo para tal é buscar melhores condições. “Sou aposentada, o salário não aumenta, estou tentando mudar de vida, ganhar mais, por isso quero fazer o Enem”, justifica.
Ela já cursou dois semestres de pedagogia, mas interrompeu os estudos e não pensa em voltar. Desta vez ela quer tentar a carreira de assistente social.
No primeiro dia de provas, ela conta que resolveu apenas 45 questões por falta de tempo, pois priorizou a redação. “Não posso escrever besteira”, conta ela, que não fez cursinho e não estudou muito, mas está confiante com a prova mesmo que afirme não ser boa em exatas. “Vou colocar na mão de Deus. Estou com muita esperança, de entrar na faculdade”.
A dica de dona Maria é confiar no seu conhecimento ao resolver as questões. “Na primeira vez que fiz o Enem, eu fiz a prova e, na hora de passar para o gabarito, mudei as respostas. Os professores e amigos que corrigiram a prova, falaram que eu teria ido bem melhor se não tivesse mudado as respostas”, conta. Além disso, ela nunca deixa de marcar as questões, mesmo que não tenha resolvido.
Colegas de escola e de comida
Um grupo de jovens chamava a atenção. Os jovens, todos alunos da escola estadual Waldemir Barros da Silva, que fica nas Moreninhas, aguardavam juntos a abertura dos portões. Todos levavam alimentos para as horas de prova.
Entre eles, Giovanna Olívia, 16 anos, que já fez o Enem duas vezes e acha que a prova de hoje vai ser complicada. “É matemática, né? Se der certo, deu certo!”, diz ela que vai tentar o curso de Ciências Biológicas.
Anna Lívia, de 17 anos, está fazendo como treineira e no próximo ano vai prestar a prova “pra valer” com a intenção de cursar Direito. “Eu quero testar meus conhecimentos”. Mas seus planos são a longo prazo. “Quero fazer Direito para conseguir dinheiro para fazer faculdade de Biomedicina”, conta.
Além delas, no grupo estavam João Jacobino, de 18, que não espera grandes dificuldades na prova deste domingo. “Sou melhor de exatas, mas também sou bom em humanas”, diz ele, que ainda não definiu o curso que vai optar. E Giovana Vitória, de 17, que chegou uma hora antes do horário de abertura dos portões para ter mais tranquilidade.
O destaque para o grupo de jovens, no entanto, era Milena Santos, de 17 anos, que foi apelidada de “tia do Enem”, pois levou de tudo um pouco, desde alimentos até remédios. No primeiro dia ela levou um pote plástico com pão, curativos, remédios, bolachas, água, suco “e tudo que alguém pudesse precisar”. A aspirante a enfermeira explica que tem medo de ficar fome e acaba comendo todo o lanche que a mãe prepara.
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