Animais silvestres são risco constante no Aeroporto de Campo Grande
Infraero afirmou ter programa específico para a fauna, mas bombeiros questionam
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Infraero afirmou ter programa específico para a fauna, mas bombeiros questionam
O atropelamento de uma capivara por avião de pequeno porte na noite desta terça-feira (10) no Aeroporto Internacional de Campo Grande expõe os riscos a que tripulantes e passageiros estão sujeitos diariamente.
De acordo com fontes do Corpo de Bombeiros, ao menos duas vezes por semana um animal silvestre é retirado do local. Macacos, lobos, tamanduás e famílias inteiras de capivaras já foram removidas da pista do aeroporto pelos bombeiros e Polícia Militar Ambiental.
O coronel Queiroz da PMA confirmou ao Jornal Midiamax que policiais são acionados pelos militares do quartel do Corpo de Bombeiros que existe no local. “Os bombeiros capturam e nós os encaminhamos para o único centro capaz de receber esses animais”, disse coronel, referindo-se ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres).
No Cras, foi informado que, de fato, chegam muitos animais do Aeroporto Internacional de Campo Grande, mas número exato não seria possível divulgar, pois sistema de registros permite apenas conferir, no máximo, de que cidade animais vieram.
A Infraero informou, por meio de nota, que realiza ações em seu Programa de Gerenciamento de Risco da Fauna (PGRF), onde realiza vistorias periódicas para evitar a entrada desses animais na pista do aeroporto. No entanto, em rápida ida aos redores do loca, é possível encontrar cercas com buracos e levantadas. Desta forma, seria possível a entrada facilmente de animais no local.
Bombeiro militar que conversou com a reportagem ainda afirmou que programa da Infraero “não sai do papel” e na prática, nem há planejamento. Ainda segundo ele, plano deveria dispor de um biólogo para auxiliar serviços envolvendo captura de animais silvestres, mas até então, nenhum profissional foi disponibilizado.
O Jornal Midiamax entrou em contato com a assessoria de imprensa da Infraero para questionar efetividade do programa, mas até o momento, não recebeu posicionamento.
O Cenipa detalhou que ocorrências envolvendo aeronaves e animais terrestres de grande, entre 2011 e 2016, registrou 205 colisões envolvendo aeronaves e fauna, sendo 15 mamíferos. “A Ala 5 [Base Aérea] realizou gestões junto ao Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (IMASUL) a fim de viabilizar um projeto para o controle da população de capivaras no local e aguarda análise do órgão sobre os possíveis impactos ao meio ambiente”, informou.
Acidente no aeroporto
Na noite desta terça- feira (10), uma capivara foi atropelada por uma aeronave de instrução na pista principal do Aeroporto. No momento do acidente, uma aluna e seu instrutor faziam aulas práticas e perderam o controle da aeronave, mas não se feriram.
De acordo com o advogado da escola de aviação Fly Company, Humberto Figueiró, o acidente poderia resultar em vítimas fatais. “Não estamos falando de uma pista no interior do estado, é um aeroporto internacional com muitos passageiros. Se fosse um voo comercial, poderia causar uma tragédia”.
Figueiró ainda afirma que a capivara não deveria ter sido retirada do local antes da realização da investigação e que o ocorrido deveria ter sido evitado. “Este foi um acidente completamente previsível, por ser uma cidade onde há grande população de capivaras”. Segundo informações obtidas pela reportagem, a Infraero e a Base Aérea de Campo Grande seriam os responsáveis pelo monitoramento e pela fiscalização do grupo de animais próximos ao Aeroporto.
Na manhã desta quarta-feira (11), o Cenipa foi ao aeroporto fazer uma vistoria. O objetivo é prevenir novos acidentes com a mesma característica. “A Ação Inicial é o começo do processo de investigação e possui o objetivo de coletar dados: fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, reunir documentos e ouvir relatos de pessoas que possam ter observado a sequência de eventos”, afirmou o centro, em nota.
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