Setores de abate de animais e transporte registram maior número de acidentes em MS
Dados do MPT mostram setores mais perigosos
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Dados do MPT mostram setores mais perigosos
Quando o assunto é acidentes de trabalho, entre as áreas com maiores índices de comunicados estão os setores abates de animais e de transporte rodoviário configurando nas 3 primeiras posições, conforme os dados mais recentes do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, do MPT (Ministério Público do Trabalho). As causas são diferenciadas em cada setor, mas a área de abate de animais lidera nas duas primeiras colocações a estatística de área com mais registros de acidentes seguido do transporte de cargas.
Conforme os dados mais recentes do MPT, de 2012 a 2016, os trabalhadores que atuam com abates de animais, com exceção de suínos, estão no topo da lista no Estado, em primeiro lugar, tendo 1.135 casos seguido de quem atua com o abate de suínos, aves e outros animais com 959 registros. Depois destas áreas, vem o comércio varejista e de construção de edifícios na estatística.
A reportagem entrou em contado com o Sindmassa-MS (Sindicato Intermunicipal dos Empregados Vinculados nas Indústrias de Fabricação de Massa Alimentícias) que representa frigoríficos abatedores de bovinos, suínos, levinos e aves no interior do Estado e com Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados de Campo Grande, mas não conseguiu falar com os respectivos presidentes sobre o assunto.
Na terceira colocação, conforme os dados de 2012 a 2016, a área de transporte rodoviário de carga registra 869 casos acidentes de trabalho, que, segundo o presidente da SetLog-MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de MS), Cláudio Cavol, reflete uma ‘falta de preparo’ dos motoristas, que contribui para o aumento dos números. “Nós achamos que os motoristas precisam ser melhor preparados para conduzir os transportes de cargas e isso não é só no Mato Grosso do Sul, mas no Brasil”, afirma Cavol.
Na visão do presidente do sindicato, os veículos estão maiores e mais potentes, o que permite que leve mais peso em sua carroceria, situação que muitos motoristas não estariam preparados para dirigir, o que leva aos acidentes. Um dos modos de prevenção pensado pelo presidente é uma escola que pudesse trabalhar melhor a formação dos motoristas, que está nos planos do sindicato.
“A maioria dos transportadores do Mato Grosso do Sul são de pequeno e médio porte. Estes transportadores não têm condições, isoladamente, de preparar um treinamento técnico eficiente para estes motoristas, que sejam treinados em direção defensiva, direção econômica e educação no trânsito”, observa.
No setor de construção civil, os números são de 624 casos, colocando a atividade como uma das áreas com maiores chamados. Para o presidente do SindusCon-MS (Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção do Estado de Mato Grosso do Sul), Amarildo Miranda Melo, o setor aparecia como um dos mais perigosos para se trabalhar, porém, houve um investimento na segurança dos trabalhadores que atuam nesta área.
“Nós éramos campeões de riscos até 5, 6 anos atrás. Nós criamos essa cultura de que a empresa formal tem que cuida do requisito da segurança do trabalho e estamos colhendo os frutos hoje”, explicou.
Na visão do presidente, além das fiscalizações, houve uma conscientização por parte das empresas para assegurarem a vida do trabalhador. “Primeiro, você está lidando com a vida humana. Você não pode, em função de um trabalho, tirar uma pessoa da família que sustenta essa família. É o fator primordial, zelar pela vida. Segundo, porque você perde um trabalhador da sua equipe, por um período grande ou curto, há um desfalque na sua equipe”, explica.
Em Mato Grosso do Sul, os setores com mais registros de acidentes de trabalho são, 2012 a 2016:
1- Abate de reses, exceto suínos: 1.135 casos
2- Abate de suínos, aves e outros pequenos animais: 959 casos
3- Transporte rodoviário de carga: 869 casos
4- Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados: 650 casos
5- Construção de edifícios: 624 casos
6- Administração pública em geral: 587 casos
7- Fabricação de álcool: 526 casos
8- Comércio varejista e de materiais de construção: 506 casos
9- Atividades de atendimento hospitalar: 472 casos
10- Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas: 400 casos
Afastamentos
No ranking dos afastamentos, segundo os dados do Observatório, de 2012 a 2016, ocupa o topo da lista os profissionais que atuam no atendimento hospitalar, com cerca de 3.774 casos de afastamento do trabalho.
Para o presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Lázaro Santana, as causas de afastamento do trabalhado são devido a questões psicológicas. “Os profissionais estão adoecendo mais e tendo doenças como depressão e síndrome de Burnout. Essas doenças psicológicas é o que mais tem causado afastamento no Estado inteiro”, explica.
Entre os fatores que levam a esse adoecimento, segundo Santana, estão sobrecarga de trabalho para compor a renda e as condições do ambiente de trabalho. “Essa parte da assistência psicológica é muito falho dentro das empresas”, comenta. Os acidentes físicos, são mais raros, tendo geralmente, como fontes problemas como LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e tendinites.
Na lista dos setores econômicos com mais afastamentos, de 2012 a 2016, estão:
1- Atividades de atendimento hospitalar: 3.774 casos
2- Abate de reses, exceto suínos: 2.673 casos
3- Fabricação de açúcar em bruto: 1. 883 casos
4- Criação de bovinos: 1.839 casos
5- Abate de suínos, aves e outros pequenos animais: 1.646 casos
6- Fabricação de álcool: 1.210 casos
7- Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados: 1.020 casos
8- Transporte rodoviário de carga: 920 casos
9- Construção de edifícios: 876 casos
10- Produção de sementes certificados: 755 casos
Siderúrgica
Na última semana, um acidente em uma siderúrgica matou um funcionário terceirizado em Aquidauana, cidade a 143 quilômetros da Capital. Outros oito trabalhadores ficaram feridos.
O acidente aconteceu quando nove trabalhadores limpavam um dos fornos da empresa. Dois inalaram gás monóxido de carbono, sendo que o funcionário Fernando Fausto morreu intoxicado.
Em nota, a Simasul Siderurgia lamentou a morte do funcionário e explicou que estava prestando auxílio à família.
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