Sem endereço, grávida de 7 meses, não consegue cartão do SUS e fica sem ‘pré-natal’

“Não usamos drogas. Somos trabalhadores. Queremos apenas uma oportunidade”.

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“Não usamos drogas. Somos trabalhadores. Queremos apenas uma oportunidade”.

Paula Brito de Medeiros de 25 anos de idade está no sétimo de gravidez. Sem casa, sem trabalho e sem profissão definida ela está morando provisoriamente deste ontem com o seu marido na Casa da Acolhida de Dourados, um local que abriga migrantes e pessoas em ‘situação de rua.

Mãe de cinco filhos, Paula resolveu escolheu a cidade de Dourados para morar, mas ela e seu marido não encontraram emprego e acabaram tendo que ficar no abrigo.  O garçom Wanderson Cleiton dos Santos de 34 anos de idade é marido de Paula há quatro anos e está pedindo a ajuda dos douradenses para sair das ruas.

“Estou preocupada com a minha saúde e do meu filho que está para nascer”, disse Paula que não está conseguindo fazer os exames do chamado “pré-natal” por não ter o Cartão do SUS (Sistema Único de Saúde).

Paula disse ao Midiamax que não consegue atendimento nos postos de saúde por não ter o cartão do SUS. “Não consigo o cartão do SUS que me é negado por eu não ter endereço fixo”, disse a jovem que chora só de pensar como será o final da gravidez. “Acho que serão gêmeos”, diz ela.

Wanderson e Paula têm histórias de vida parecidas. Ambos foram abandonados pelos pais biológicos e antes da atingir a maioridade morreram seus pais adotivos. “Sem apoio dos familiares acabamos tendo as ruas como a nossa casa’”, disse Wanderson que diz ter concluído o Ensino Médio. Paula conseguiu concluir o Ensino Fundamental e parou por ai.

Os quatro primeiros filhos de Paula estão com o pai em Maracaju, disse Paula acrescentando que o menino mais novo de apenas onze meses está morando com uma tia de Wanderson que é o pai da criança.

“Não usamos drogas. Somos trabalhadores. Queremos apenas uma oportunidade para acertar os rumos de nossas vidas para criarmos nossos filhos”, disse Wanderson que além de Garçom é pedreiro e cozinheiro.

“Queremos uma oportunidade. Queremos acertar na vida, ter uma casa para morar”, disse Wanderson que fica com os olhos azuis marejados ao falar da triste trajetória de vida.

 

 

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