Doadores devem informar familiares

Neste ano o número de famílias que recusaram a doação de órgãos de pacientes com morte encefálica aumentou. Em maio o número foi ainda mais expressivo. Entre os 7 pacientes em condições de doarem órgãos, 6 famílias que foram entrevistadas pela CIHDOOT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de órgãos e Tecidos para Transplantes) não permitiram a doação de órgãos.

Segundo informações da Santa Casa, em 2017, entre os 31 pacientes que tiveram morte encefálica, 20 estavam qualificados para que os órgãos pudessem ser transplantados, porém apenas seis famílias autorizaram a doação.

A coordenadora da Comissão, Ana Paula das Neves, explica que as pessoas podem expressar a vontade de fazer doação de órgãos, informado os familiares. “Uma das tarefas mais difíceis para se efetivar uma doação de órgãos é a recusa dos familiares, que, normalmente, fundam sua decisão na alegação de não saber qual desejo do ente falecido a respeito do fato”, explica Ana Paula.

Santa Casa observa aumento de recusa familiar para doação de órgãos

Morte encefálica

A Santa Casa informa que uma série de exames padronizados pela resolução 1.480/97, do Conselho Federal de Medicina atesta a morte encefálica, e apenas após os resultados pe confirmada pelo médico. Dois ou mais testes são feitos com intervalo de algumas horas e comprovam a inatividade elétrica e metabólica irreversíveis no sistema nervoso central do paciente.

Esses exames são baseados em sólidas e reconhecidas normas. Entre outras coisas, os testes incluem um exame clínico para mostrar que o paciente não tem mais reflexos cerebrais e não pode mais respirar por si próprio, diferente de um paciente em estado vegetativo, que ainda é capaz de comandar suas funções vitais e, em muitos casos, despertar. Na morte cerebral, despertar seria o mesmo que ressuscitar.