Nesta manhã setores paralisaram atividades por falta de pagamento

Prefeito de , Marquinhos Trad (PSD) voltou a sugerir que o presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) Esacheu Cipriano Nascimento, deve deixar a direção do hospital. Na quinta-feira (7), o chefe do Executivo Municipal já havia feito críticas à gestão.

Na manhã desta terça-feira (8), enfermeiros e funcionários do setor administrativo da unidade paralisaram as atividades por falta de pagamento. Sobre o assunto, o prefeito afirma que não tem responsabilidade sobre o salário dos funcionários. “A única folha de pagamento que eu resolvo é a dos servidores municipais”, pontua.

Marquinhos destaca que está anexando documentos que serão entregues ao MPF (Ministério Público Federal) nesta semana a fim de pedir apoio em relação à situação do hospital que na última quarta-feira (2) fechou os portões do Pronto Socorro e manteve apenas atendimentos de urgências e emergências encaminhados pela central de regulação. 

“Todo temos urgência nisso. Estou juntando documentos para levar ao MPF. Não acredito que essa decisão seja só do presidente e sim do diretório, mas se continuar assim é melhor que saia, deixe outras pessoas, outras ideias”, sugere, referindo-se ao presidente da ABCG.

Marquinhos também teceu críticas à administração do hospital ao comparar a situação financeira com a Prefeitura. 

“Se fosse por questão financeira, já tinha fechado a Prefeitura porque quando assumimos a gestão tinham R$ 190 milhões de dívidas deixadas pelo antigo gestor e apenas R$ 32 milhões em caixa. Tinha dívida da própria Santa Casa, vários milhões em atraso e nunca paralisaram antes. Quando normalizamos o pagamento, pediram aumento. 

Prefeitura x Santa Casa –

Impasse entra a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) – mantenedora da Santa Casa e a Prefeitura resultou na suspensão de cirurgias eletivas no último dia 1º. Segundo o hospital, apenas procedimentos já agendados seriam realizados. No primeiro semestre de 2017 foram realizadas 7.173 cirurgias eletivas, sendo 1.598 apenas em junho.

A decisão foi tomada no dia 24 de julho. Um dia depois a direção do hospital e representantes da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) se reuniram para discutir o assunto, mas não chegaram a um acordo.

A medida é uma forma de pressionar a Prefeitura em relação à contratualização do hospital. O contrato foi encerrado em dezembro de 2016 e desde então, ao menos oito aditivos foram assinados para manter os serviços e o repasse de R$ 20,2 milhões oriundos do governo Federal, Estado e Município.