Morando há 45 dias em Hospital mãe relata angústia para salvar a vida do filho cadeirante

O Hospital da Vida transformou-se na casa de Maria Siqueira.

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O Hospital da Vida transformou-se na casa de Maria Siqueira.

Hoje faz exatamente quarenta e cinco dias que a dona de casa aposentada Maria Siqueira de Souza, de 63 anos de idade, está morando no Hospital da Vida em Dourados para cuidar de seu filho cadeirante que está internado à espera de vaga para ser atendido no serviço de hemodiálise.

Maria e o filho Celso Luciano de Souza, de 37 anos, são moradores da cidade de Sete Quedas, distante mais de trezentos quilômetros de Dourados onde se refugiaram em busca de tratamento médico.

Durante o período em que está morando no Hospital da Vida para acompanhar seu filho, Maria come a comida dos pacientes, banha-se e troca de roupa entre os pacientes e dorme longas noites numa cadeira de fio ao lado do filho que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) há cinco anos e não foi mais o mesmo.

Ela relata que logo depois do AVC seu filho sofreu uma trombose e teve uma perna amputada deixando de trabalhar para viver preso a uma cadeira de rodas e aos seus cuidados. Nos últimos tempos Celso Luciano descobriu que está com problema nos rins e a única saída seria ser submetido à hemodiálise para poder continuar vivendo.

Maria diz que se precisasse ficaria a vida inteira cuidado do filho. “Aqui no hospital os funcionários são atenciosos e o atendimento é muito bom, mas viver dentro de um hospital como se fosse sua casa é muito difícil”, relata a mãe de Celso que no final da tarde de ontem mostrou-se cansada com a sua internação forçada.

“Quero voltar para casa. Ajudem-me a conseguir uma vaga de hemodiálise para meu filho”, dizia Maria para que lhe abordasse na frente do Hospital onde fica a maior parte do tempo empurrando a cadeira do seu filho que se mostra resignado ante a sublimação da mãe.

Maria disse que deixe seu marido de mais de oitenta anos em Sete Quedas e espera voltar ainda semana para casa com a garantia de que seu filho ganhará o direito de ser submetido à hemodiálise.

Além de Celso Luciano também está no Hospital da Vida à espera da hemodiálise Joselito Soares da Silva, morador da cidade de Rio Brilhante. Joselito completou trinta dias de internação à espera da vaga e neste período sempre esteve acompanhado da esposa que a exemplo de Maria também “mora” no Hospital e já são “velhas” conhecidas dos pacientes e dos funcionários.

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