Carne destinada à refeição das crianças foi furtada

Sem segurança há cerca de um mês o Ceinf (Centro de Educação Infantil), localizado na Rua Sebastião Borges, no Jardim Campo Verde em Campo Grande, foi invadido. Segundo a direção, 70% dos alimentos e toda a carne guardada nos refrigerados foram furtados. 

Conforme a diretora Edna de Lima Cedrão Paz, o  crime foi descoberto quando funcionários chegaram para trabalhar na manhã desta quinta-feira (3). 

“Danificaram portas, janela, armários, quando chegamos o local estava todo revirado, além disso, levaram 70% dos alimentos que nós tínhamos. A carne, levaram toda, não deixaram nada”, relatou.Ladrões fazem 'limpa' e deixam Ceinf sem alimento das crianças

De acordo com a direção, o local contava com dois vigias contratados por meio de convênio entre a Prefeitura e a  Seleta (Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária), no entanto, eles foram demitidos há cerca de um mês e desde então não há segurança no local. 

“Isso nunca aconteceu com a gente porque tínhamos segurança todos os dias. Eles se revezavam o Ceinf não ficava sem ninguém para cuidar”, afirmou.

A diretora disse que um boletim de ocorrência foi registrado na 2ª Delegacia de Polícia de Campo Grande.

Perícia esteve no local, mas ainda não há informações sobre os suspeitos. O fato também foi registrado na Semed (Secretaria Municipal de Educação) para que as providências sejam adotadas. 

Nesta manhã, o assunto foi mencionado durante sessão na Câmara de Vereadores. “O Ceinf era protegido por dois guardas municipais, que trabalhavam lá há 16 anos, mas foram mandados embora na semana passada. Falei com o prefeito Marquinhos Trad que se precisar a gente vota aqui autorização para pagar extra aos guardas municipais ou de outra forma, o que não pode é ficar assim”, ressaltou o vereador Carlos Borges (PSB). 

Demissões – 

Em dezembro do ano passado foi deflagrada a Operação Urutau para sanar possíveis irregularidades nas contratações da Prefeitura via Seleta e Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar. À época o promotor de Justiça Marcos Alex entrou com pedido de rompimento dos convênios, bem como demissão de todos os funcionários contratados pelo poder público por meio das entidades, além da convocação de aprovados em concursos públicos para suprir tais vagas. A Justiça acatou, mas dias depois voltou atrás e em janeiro deste ano foi firmado acordo.

Histórico –

Um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) havia sido firmado em 2011 com o então prefeito de Campo Grande Nelson Trad Filho (PTB), para tomar todas essas providências e sanar contratação de funcionários fantasmas. Contudo, conforme o promotor, mesmo com 20 meses de dilação no prazo, até hoje as medidas não foram tomadas.
Ao contrário, em maio o MPE-MS tentou novamente aplicar o termo e outra vez houve aumento do prazo para cumprimento, sendo que a Prefeitura se comprometeu a fazer as demissões até metade do ano que vem. Mas, segundo os autos, mesmo depois de toda movimentação investigatória, as irregularidades continuaram sem esforço para findá-las.

Na apuração da Operação Urutau verificou-se movimentação de mais de R$ 26 milhões em dinheiro em espécie entre os anos de 2011 e 2015. Além disso ficou constatado inúmeros casos de funcionários fantasmas.