Já viu um deles por aí? Campo Grande tem 400 espécies de pássaros

Com tantas aves, a observação de pássaros é um programa na cidade

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Com tantas aves, a observação de pássaros é um programa na cidade

Viver em Campo Grande é acordar ao som dos pássaros, é ver uma Arara no céu a qualquer hora do dia, ou Tucanos, Sabiás e outras aves que já se incorporaram à paisagem da cidade.  Pelo menos 400 espécies de aves vivem por aqui, número alto levando em conta que sobrevivem em meio a poluição e o concreto, formando assim um conjunto de bondades da natureza.

Na avenida Fernando Corrêa da Costa, o que chama atenção são os pássaros ‘grandões’ que sobrevoam o córrego. É um Sococó-Dorminhoco, também chamado de Savacu, espécie típica do cerrado que dá as caras no meio da Capital. O refúgio na área urbana foi perto do córrego, já que gostam de água. Um presente para quem passa pelo local.

O segredo de tamanha diversidade é a vasta quantidade de árvores, parques e áreas de preservação são os principais atrativos, explicou a bióloga Simone Mamede, sócia-diretora do Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo, que destaca que o campo-grandense é um privilegiado.

A área urbana acolhe espécies raras, como o Gavião-Pega-Macaco, a Coruja Murucututu, o Gavião-Pato e o Bico de Pimenta, todos já encontradas em Campo Grande. “Rapazinho do Chaco, um bicho comum em Porto Murtinho, é encontrado aqui. É uma Capital biodiversa, enquanto elementos de riqueza”, exalta.

Com tantas aves, a observação de pássaros é um programa, inclusive para especialistas. São muitos os lugares na cidade para observar – ou ouvir – aves em grande quantidade.  É a Capital do turismo de observação de aves. O próximo evento está previsto para o mês de novembro. 

Em março deste ano, a observação de aves em Campo Grande recebeu um importante estímulo e valorização. Foi instalada no Parque Estadual do Prosa, uma placa de identificação de aves, que traz o nome científico, o nome popular e informações das espécies que podem ser encontradas na área. É a segunda Unidade de Conservação gerenciada pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) a receber este equipamento – o primeiro foi o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema.

Refúgio em risco 

A beleza da abundância de aves encobre problemas no ecossistema, como a destruição de habitats e a caça predatória, torando um desafio à sobrevivência de muitas espécies, elege a bióloga. “São dois motivos, um deles é a perda de habitat no entorno da cidade. O cerrado é o segundo mais ameaçado, essas espécies acabam indo para a cidade”.

Por estarem na área urbana, essas aves ganharam outra ameaça: Os vidros espelhados. As vidraças com reflexo confundem os pássaros, que vem a continuidade do céu e acabam de chocando nestas construções. Outra questão levantada pela bióloga são os fios de alta tensão que não tem proteção. “Existem registros, é o maior desafio”.

 

 

 

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