Escolas criam curtas-metragens a partir de projeto de leitura da Reme

Trabalharam textos de autores regionais

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Trabalharam textos de autores regionais

O vídeo foi a linguagem utilizada pelas escolas que participaram do “Clube de Leitura Arlequim” para mostrar o resultado das ações realizadas com os alunos através do projeto, lançado em maio pela equipe da Divisão de Educação e Diversidade (DED) da Secretaria Municipal de Educação (Semed).Escolas criam curtas-metragens a partir de projeto de leitura da Reme

Ao longo de seis meses os professores das escolas do campo e que oferecem Educação de jovens e adultos (EJA) passaram por oficinas de capacitação, onde trabalharam textos de autores regionais, como Manoel de Barros, Augusto Cezar Proença, Raquel Naveira, Flora Tomé, Theresa Hilcar e Hélio Serejo, além de escritores nacionais.

O resultado desses encontros foi levado para dentro das escolas participantes do projeto que trabalharam nos alunos, o despertar pela leitura literária, que vai além dos textos pedagógicos.

O resultado foi tão positivo que a ideia é expandir o projeto em 2018 para as outras escolas da área urbana. “Ficamos satisfeitos com o trabalho de todas as unidades porque todas as equipes abraçaram o projeto, que foi muito bem pensado e teve a colaboração de todos. Os textos foram bem escolhidos e os professores tiveram a oportunidade de ter uma vivência diferenciada da literatura”, destacou a chefe da DED, Anny Michelly Brito.

As escolas também tiveram o suporte da Divisão de Tecnologia da Semed, que auxiliou os professores na produção dos curtas, que transpôs para a tela, o fruto das oficinas de teatro, música, leituras, saraus e declamações realizadas com as turmas de alunos beneficiadas pelo projeto.

A diretora da escola “Leovegildo de Melo”, Neide Filgueira, disse que as dinâmicas envolveram desde os alunos da Educação Infantil até os anos finais do Ensino Fundamental. “Emocionante ver o desabrochar dos pequenos para a leitura. A leitura literária é muito importante porque eles descobrem os textos de forma diferente, lendo para os amigos.”, afirmou. Além dos alunos, as famílias também desfrutaram do projeto através dos livros que as crianças levaram para casa. “Eles tiraram os pais alguns minutos da lida do dia e liam para eles e ainda registraram em vídeo, nos dando essa devolutiva. Foi lindo”, disse a diretora.

Para o diretor Márcio José Martins Ferreira, da escola “8 de Dezembro” e das extensões “Professora Olívia Santos Rosa’ e “Fazenda Carnaúba”, levar o aluno a ser protagonista do projeto, vivenciando a literatura, foi um dos trunfos do projeto. “Fizemos a releitura e diversas obras e registramos tudo em vídeo, o que fez com que eles se envolvessem em todas as ações propostas”, ressaltou.

Para o encerramento do projeto, a escola produziu o curta “Wenceslau e a árvore”, baseado na obra de Manoel de Barros, que serviu de pano de fundo para mostrar as atividades desenvolvidas com os alunos. “Projetos como esse envolvem toda a comunidade e é muito importante para as comunidades que têm difícil acesso ao mundo cultural. Esta semente fica para sempre”, concluiu Márcio.

Proposta

A ideia do “Clube de Leitura Arlequim” foi misturar os temas e linguagens, incentivando a livre manifestação do espírito artístico. A chefe da DED, Anny Michelly, destaca que a literatura provoca debates, exercícios interpretativos, e, acima de tudo, proporciona um encontro com a humanidade, por isso precisa ser considerada no processo educativo, ampliando o espaço nas aulas da base comum do currículo.

O projeto foi dividido em três formas de roteiros: Leitura Amiga, Leitura em Casa e Leitura em Rede. A adaptação dos roteiros foi feita pelo próprio professor da unidade escolar.

Na “Leitura Amiga”, os alunos leram os textos para os colegas, que repassaram as informações para outros receptores.

Já na “Leitura em Casa”, os alunos mediadores e receptores leram para alguém da família ou que more no mesmo domicílio e na “Leitura em Rede” os textos foram levados para outros círculos de convívio diferentes da escola, como  universidade, asilos, hospitais, livrarias e feiras.

O encerramento do projeto ainda contou com performance do professor Leonnardo Vieira, que travestido de Arlequim, realizou a contação de histórias para o público. Também houve declamação do poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves, pelo professor Luciano Antero.

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