Em meio a polêmica, médicos conseguem licença de até três anos

Prefeitura vai instalar pontos eletrônicos para monitorar profissionais

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Prefeitura vai instalar pontos eletrônicos para monitorar profissionais

Em meio a polêmica envolvendo médicos faltosos em plantões e a decisão da prefeitura em instalar pontos eletrônicos nas unidades de saúde de Campo Grande, a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) decidiu conceder até três anos de licença para três médicos. Todos ficarão afastados da função para tratar de “interesse particular” e apesar de não receber salários, deixam a vaga fechada para novas contratações.

A licença dos três médicos foi publicada na edição desta terça-feira (25) do Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). O secretário Marcelo Vilela assinou  os afastamentos.

Victor Rocha Pires de Oliveira ficará três anos de licença, Luiz Alberto Hiroki Kanamura terá afastamento de dois anos e Elaine Richards de Assis Andrade conseguiu licença de um ano.

Todos ficarão sem receber salário nesse período, no entanto, a vaga até então ocupada por eles segue restrita para contratações. Caso a prefeitura queira substituir os profissionais, deverá convocar comissionados.

O Jornal Midiamax entrou em contato com o secretário Vilela, que por telefone informou que falaria com a reportagem no fim da tarde. 

POLÊMICA

O Jormal Midiamax apresentou um diagnóstico de possíveis ausências em plantões nos postos de saúde de Campo Grande. Pediatras que segundo a escala deveriam estar trabalhando, não foram encontrados pela reportagem. Após repercussão da matéria, o prefeito Marcos Trad (PSD) prometeu a instalação de pontos eletrônicos para controlar a frequência dos médicos que cumprem plantão na rede pública de saúde.

O presidente do Sinmed-MS, Flávio Freitas Barbosa, acredita que a instalação do sistema de ponto ocasionará mais pedidos de demissão por parte dos médicos que atuam na saúde pública de Campo Grande. “Com o ponto, a debandada vai ser maior ainda”, enfatiza.

Apesar da opinião proferida, Flávio se posiciona a favor do controle. “Sou 100% a favor do ponto, mas tem que ter contrapartida da Prefeitura. Para cobrar o trabalho, tem que oferecer condições”, alega. Segundo ele os médicos que prestam serviço em escala de plantões precisam de local para descanso e alimentação. “Há mais de três anos os médicos não recebem almoço nos intervalos dos plantões. Eles não tem lugar pra ficar nos intervalos”, explica.

Flávio compara a situação vivida pelos médicos com a de procuradores. “O salário base de um procurador é R$ 20 mil. Procurador não bate ponto. E um médico, ganhando R$ 2.500?”, indaga.

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