Dia do Pantanal: mais que comemorar, ainda há muito a descobrir e preservar

Área precisa de preservação e atenção

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Área precisa de preservação e atenção

Uma das regiões mais belas do Estado, tombada como Patrimônio da Humanidade pelas Nações Unidas em 2005 e Patrimônio Nacional pela Constituição Federal de 1988, tem seu dia comemorado neste domingo (12). O Dia do Pantanal foi aprovado em 2008 em homenagem ao ambientalista Francisco Anselmo de Barros, morto em 2005. O lugar  que guarda riquezas exuberantes e é fonte de pesquisas, também é palco de crimes como trabalho escravo e incêndios em vegetação.

A área de 150.355 km² (IBGE) – 65% do território em Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso – ocupa apenas 1,76% de terras brasileiras, mas é considerada uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta. Conforme dados do MMA (Ministério do Meio Ambiente), o Pantanal sofre influência direta de três importantes biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, além do Chaco – no me dado à área nas porções do Paraguai e Bolívia. E ainda há a interferência do homem, seja para o bem ou para o mal.

Do Pantanal pode vir a cura

Dia do Pantanal: mais que comemorar, ainda há muito a descobrir e preservar

‘alquimista’ dos biomas Cerrado e Pantanal

Um dos exemplos é o jenipapo, que está sendo estudada por Octávio e uma de suas alunas e pesquisadora de iniciação científica, Micaella Nogueira, de 19 anos. A fruta tem auxiliado as comunidades indígenas de Miranda, cidade pantaneira a 203 km de Campo Grande. Ao que tudo indica, as pesquisas irão revelar um remédio contra infecções no intestino.

Cultura e turismo

O Pantanal é rico em beleza e cultura e chega a receber milhares de turistas por ano. Segundo informações do Governo do Estado, Mato Grosso do Sul recebe 800 mil turistas por ano, sendo que a maioria deles tem as belezas pantaneiras como destino. Além da exuberância da fauna e da flora, a diversidade e integração cultural também são atrações.

Corumbá e Miranda são duas das cidades localizadas na região que podem ser destacadas. Da miscigenação de povos e mistura de nacionalidades, as cidades abrigam cultura diversificada que dão origem a diferentes credos e festas.

Necessidade de proteção e preservação

O MMA informa que, segundo estudos, o Pantanal abriga os seguintes números de espécies catalogadas: 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos sendo 2 endêmicas. De acordo com a Embrapa Pantanal, quase duas mil espécies de plantas já foram identificadas no bioma e classificadas de acordo com seu potencial, e  algumas apresentam vigoroso potencial medicinal.

Entretanto, o bioma vem sendo muito impactado pela ação humana, principalmente pela atividade agropecuária, especialmente nas áreas de planalto adjacentes do bioma. Como o exemplo acontecido recentemente, em que uma carvoaria deu origem a um incêndio que queimou 1,5 mil hectares de área de reserva legal e agropastoril do Pantanal.

A região do Pantanal abriga diversas fazendas e, entre elas, em algumas foram resgatados trabalhadores em situação de escravidão. Em um dos casos, uma denúncia deu origem a uma operação que resgatou 4 trabalhadores em tais condições.

O MMA informa também que apenas 4,6% do Pantanal encontram-se protegidos por unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

Em outubro o presidente Michel Temer esteve no Estado e validou o acordo chamado de ‘Carta Caiman’, firmado em 2016 entre os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso foi validado neste sábado (21) pelo presidente Michel Temer (PMDB). O tratado prevê que os dois governos criem grupos de trabalho para discutir ações integradas para preservação do bioma e fomento do desenvolvimento econômico e social da região.

O Dia do Pantanal – Conforme divulgado pelo Portal MS do Governo do Esado, a data 12 de novembro homenageia o ambientalista Francisco Anselmo de Barros, o Francelmo, que, em 2005, morreu ao atear fogo no próprio corpo no calçadão da Barão, em Campo Grande. O ato foi um protesto, contra a implantação de usinas de álcool e açúcar na borda do Pantanal.

Conteúdos relacionados