Campo-grandenses se dividem sobre condenação de ex-presidente

Ex-presidente foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão

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Ex-presidente foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão

A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9 anos e 6 meses de prisão é o assunto das rodas de conversa no Centro de Campo Grande na tarde desta quarta-feira (12). Pouco tempo depois da divulgação da sentença do juiz Sergio Moro, alguns campo-grandenses já tomaram partido em relação ao assunto.

Para o cabeleireiro Antonio Batista Paz, de 87 anos, a condenação do presidente foi fruto de uma denúncia sem prova. “Acho que o Lula pode até ser condenado por outros problemas, mas acho que o triplex não é do Lula. Acho que é uma mentira essa história”, disse.

O vendedor ambulante Francisco Dias, de 63 anos, apoiou a decisão de Moro, afirmando que “por mim pode condenar todos eles. Todos que roubaram têm que ser presos”.

Outro campo-grandense que acredita na inocência do ex-presidente é Nilson Francisco Rodrigues, de 63 anos. “Para mim é um jogo político, acho que o Lula é inocente, acho que existe uma perseguição política em cima do Lula”.

A auxiliar administrativa Marta Lucia da Silva Lopo, de 43 anos, conta ser favorável à condenação do ex-presidente. “Se ele fez, ele tem que pagar. Se foi condenado, tem que pagar, acho que nesse caso não teve injustiça se tiver provas contra ele. Acho também que tem que devolver nosso dinheiro. Votei nele, mas não é por causa disso que vou passar a mão na cabeça”, completa.

A condenação

A sentença anunciada nesta quarta-feira (12) faz parte do processo em que Lula foi acusado pela força-tarefa da Operação Lava Jato, capitaneada pela Polícia Federal, de receber vantagens indevidas enquanto estava no comando do país.

Entre as vantagens que o ex-presidente teve está o recebimento e reforma de um triplex no balneário Guarujá, na cidade de São Paulo.

Em relação aos bens que Lula armazenava como seu acervo pessoal, não houve condenação. Moro absolveu o ex-presidente nesse quesito da denúncia “imputações de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o armazenamento do acervo presidencial por falta de prova suficiente da materialidade”.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a construtora OAS destinou à família do ex-presidente Lula um triplex no Condomínio Solaris, em frente à praia, em Guarujá. Antes de a empreiteira assumir a obra, o edifício era comercializado pela antiga cooperativa de crédito do Sindicato dos Bancários de São Paulo, conhecida como Bancoop, que faliu. A ex-primeira-dama Marisa Letícia tinha uma cota do empreendimento.

Campo-grandenses se dividem sobre condenação de ex-presidente

Sobre o armazenamento de bens, o MPF afirma que a OAS pagou R$ 1.313.747,24 para a empresa Granero guardar itens que Lula recebeu durante o exercício da presidência, entre 2002 e 2010.

O pedido foi feito pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e pelo próprio ex-presidente da República. Esse trecho da denúncia, no entanto, foi rejeitado por Moro.

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