Atropelamentos e sumiço de aves no Pantanal assustam pesquisadores
Falta de proteção da fauna
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Falta de proteção da fauna
A WCS (Wildlife Conservation Society ou Associação Conservação da Vida Silvestre, em português), ong de conservação ambiental que atua em mais de 40 países, lança a terceira edição de sua revista “Ciência Pantanal” no dia 18 de abril.
A morte de mais de mil mamíferos de médio e grande porte, como lobinho (ou cachorro-do-mato), tatu-peba e tamanduá-bandeira, em colisões com veículos em estradas do Mato Grosso do Sul em apenas um ano é um dos assuntos tratados em artigo da revista. Os autores, pesquisadores do Royal Zoological Society of Scotland e do Instituto de Pesquisas Ecológicas, alertam para a falta de proteção da fauna ao atravessar rodovias.
Com um total de 15 artigos assinados por 39 especialistas de 24 instituições de pesquisa ligadas ao meio ambiente, a publicação transmite informações científicas com linguagem simples e acessível, em 67 páginas com textos explicativos, informativos e curiosos, além de imagens, infográficos e mapas.
Os perigos que rondam aves pantaneiras, como arancuãs, jacutingas e mutuns, também são tema de artigo da publicação da WCS Brasil. Especialistas da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e da Embrapa Pantanal constataram um número consideravelmente menor de espécies em áreas em que há maior ação humana, devido a fatores como desmatamento e pecuária extensiva, do que em áreas de florestas contínuas.
Pagamentos por Serviços Ambientais
Um dos assuntos abordados na edição mostra os resultados da experiência com produtores rurais do Mato Grosso do Sul que recebem remuneração para adotar práticas e manejos conservacionistas e contribuir para o aumento da biodiversidade e redução de erosão, entre outros. Há também texto que aborda a polêmica envolvendo a caça de javalis (porcos não-nativos) no Pantanal e outro que explica a importância das salinas da região para a biodiversidade e as ameaças que elas sofrem. “O Pantanal não tem barreiras físicas ou geográficas para conter ameaças. Por isso, iniciativas coletivas são essenciais para disseminar as boas informações e colocá-las a serviço do bem comum”, afirma Carlos Durigan, diretor da WCS Brasil.
Também estão na revista curiosidades sobre pinturas rupestres, formigas pantaneiras e pequenos roedores; os debates sobre a Reserva da Biosfera do Pantanal, além de textos sobre iniciativas de ecoturismo sustentável; interdependência entre aves e matas; legislação ambiental; manutenção saudável de matas; convivência com animais invasores; e reprodução de peixes. “Informações científicas embasadas podem contribuir para a solução de conflitos no Pantanal”, diz a diretora da Pantanal da WCS Brasil Pantanal, Alexine Keuroghlian.
A publicação Ciência Pantanal é anual e possui distribuição gratuita. A terceira edição será lançada durante o evento “Diálogo pelo Pantanal”, realizado pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), em parceria com a WCS Brasil e a WWF-Brasil, no dia 18 de abril, em Campo Grande (MS). No evento, serão discutidos assuntos como a Lei do Pantanal, a criação de corredores ecológicos no Mato Grosso do Sul e a Reserva da Biosfera do Pantanal. Estarão presentes representantes dos governos federal, do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso, além de parlamentares, pesquisadores, entidades classistas, proprietários rurais, entidades ambientais, empresários e a sociedade civil em geral.
A WCS Brasil ou Associação Conservação de Vida Silvestre é uma organização brasileira sem fins lucrativos, fundada em 2004, com foco no Pantanal e Amazônia. Sua estratégia é identificar problemas críticos de conservação e desenvolver soluções científicas adequadas a comunidades, beneficiando paisagens naturais, fauna silvestre e populações humanas.
O lançamento será no auditório do Imasul, no Parque dos Poderes, a partir das 16h.
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