À espera de regulamentação, concessionária trava investimentos na BR-163

Há pelo menos seis concessões que aguardando definição das regras

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Há pelo menos seis concessões que aguardando definição das regras

O futuro da CCRVia MS na BR-163, em Mato Grosso do Sul, ainda está a compasso de espera sobre as regras de indenização para que concessionárias de rodovias possam devolver as estradas ao poder público e enquanto isso, os investimentos estão parados, disse José Carlos Medaglia Filho, diretor-presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), estatal ligada ao Ministério dos Transportes, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, em reportagem publicada nesta segunda-feira (6).

Um ano depois de o Palácio do Planalto ter publicado a medida provisória 752, que permitiu a prorrogação dessas concessões ou ainda a devolução amigável dos contratos, o governo não conseguiu efetivar nenhuma transação com as empresas, em razão de indefinições sobre como essas transações ocorrerão.

Há pelo menos seis concessões que aguardam a publicação dessas regras para saber se devolvem ao governo ou negociam uma extensão do prazo desses contratos. Em comum, todas vivem seu drama financeiro. “Todas estão aguardando essas regulamentações para tomar uma posição. O investimento está parado”, disse José Carlos. 

Até o momento duas concessionárias já manifestaram à ANTT  (Agência Nacional dos Transportes Terrestres) a vontade de prorrogar seus contratos e investimentos: a Rota do Oeste (BR-163, em Mato Grosso) e a Concebra (BR-060 e BR-262, em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal). Enquanto isso, a MGO (BR-050 entre Minas Gerais e Goiás) e a ECO-101 no Espírito Santo – além da CCRVia MS -, estão paralisadas. 

Aumento do pedágio 

Ainda conforme publicado no jornal O Estado de São Paulo, novas concessões de rodovias, sejam trechos novos ou retomados pelo governo para serem relicitados, vão incluir um mecanismo de proteção cambial para o investidor. Com a medida, o governo quer atrair mais operadores e financiamento estrangeiros para essas concessões, as quais deixaram de contar com as grandes empreiteiras entre seus investidores e com o apoio do BNDES como maior financiador. 

A proposta de proteção cambial, que será divulgada em dezembro, prevê que haja um mecanismo de reajuste do contrato a cada dois ou cinco anos. Será analisado qual foi o impacto cambial que o empreendedor possa ter sofrido no período, por conta da oscilação do dólar em relação ao real. Se essa oscilação ficar dentro de uma margem de 5%, ou seja, se o financiamento externo que o investidor tomou não crescer mais do que 5% no período, tudo permanece como está. Se a sua dívida em dólar, no entanto, subir mais que 5% no período, o contrato de concessão passará por um processo de reequilíbrio financeiro, por meio de aumento da tarifa de pedágio cobrada do usuário da rodovia. 

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