“Vou buscar justiça para os filhos”, diz mãe de morto após passar em buraco

Motociclista sonhava em comprar apartamento

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Motociclista sonhava em comprar apartamento

A família de Romildo Jacinto Estruquel, de 42 anos, está abalada com a morte do pedreiro nesta madrugada (17). Por volta das 2h, ele perdeu o controle da moto que pilotava depois de passar em buraco no Jardim Sayonara quando voltava do aniversário de um colega. A família, que não aceita que a morte do filho tenha como motivo a “buraqueira”, agora quer que a Justiça ampare os filhos de Romildo. 

A mãe Geralda Jacinto, de 60 anos, disse que a família está em choque desde a notícia da madrugada. “Meu filho voltava do aniversário de um colega de trabalho e por causa de um buraco ele morreu”.

O pedreiro deixou dois filhos, de 18 e de um ano. Geralda se emocionou ao lembrar do apego do filho pequeno com o pai. “Eles sempre estavam juntos. Meu filho tinha sonho de comprar um apartamento para morar ele, o filho menor e a namorada. Ele batalhava bastante, ele sempre dizia que queria deixar alguma coisa para os filhos.

Quando recebeu o telefone falando da morte do filho, Geralda não acreditou. “Eu pago impostos, tenho todas as minhas contas em dia. Para onde vai esse dinheiro? Eu sei que a justiça não vai trazer ele de volta, mas eu vou lutar para que os filhos dele consigam alguma coisa, que era o que ele lutava”, afirma.

Ela também criticou as ruas da Capital e disse que vai entrar contra o município. “Campo Grande está esquecida. Aqui só existe briga de política. Eles brigam entre eles e não olham para nós. Eu tenho dúvidas se vamos conseguir porque a Prefeitura anda virando as costas para a população, mas eu vou lutar pelos meus netos”, disse.

Para o padastro de Romildo, Claudionor Trindade Jesus Filho, de 46 anos, a família vai esperar uns dias para tomar as providencias contra o município. “Nós já procuramos um advogado para ver a situação, mas só daqui uma ou duas semanas vamos, de fato, mexer com isso. Agora não é o momento, estamos todos abalados. Para nós, não é importante a indenização, mas sim que a justiça seja feita”, disse.

A família pretende acionar a justiça para que outros casos fatais não aconteçam. “Tem muita gente que fica quieto e deixa passar. A cidade está em decadência. É muita buraqueira e todo mundo está sujeito a isso”, ressalta.

Geralda ainda esclareceu que o filho, que voltava de uma festa, não estava embriagado. “Ele é muito disciplinado. Se for para beber, ele não pega a moto. Minutos antes do acidente, ele até ligou para a namorada para dizer que estava vindo. Se olhassem as mãos dele iam perceber que ele era trabalhador. Uma pessoa que ficava bastante com a família. Não costumava sair muito para festas, era mais caseiro”, explica.

O corpo do pedreiro será velado hoje na Pax Pró Vida e o sepultamento será às 9 horas no Cemitério Santo Amaro.

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