Águas Guariroba implantou sistema de tratamento na escola

Cansados de esperar por uma solução satisfatória para o problema de água contaminada na Escola Municipal Leovegildo de Melo, localizada no km 309 da BR-262, na Fazenda São Miguel, na zona rural de Campo Grande, os pais dos alunos disseram que vão tirar os alunos da escola e entrar com ação junto ao MPE (Ministério público Estadual). Eles criticam ainda falta de ação da Vigilância sanitária.

O problema que se arrasta desde o ano passado parece não ter fim. A primeira denúncia chegou ao Jornal Midiamax em novembro de 2015. Na época, o pais reclamavam da falta de estrutura da escola como local adequado para prática desportiva e ventilação nas salas de aula.

E apesar de alguns pontos terem sido solucionados, como a ventilação, outros surgiram e ainda mais graves. Também em novembro de 2015, a concessionária Águas Guariroba fez um laudo da qualidade da água do poço da escola. E para surpresa e angústia dos pais foi constatado que a água era imprópria para consumo. O documento diz que a água não atende aos padrões de potabilidade para os parâmetros: cloro residual livre, coliformes totais, escherichiva coli, cor aparente e turbidez.

Desde então os pais lutam para que a Semed (Secretaria Municipal de Educação) providencie um novo poço, ou trate a água para que atenda aos padrões de qualidade.

Para a trabalhadora rural, Neide Aparecida da Silva, de 41 anos, o que falta é respeito com os alunos e comprometimento da Prefeitura. Ela diz estar cansada de ver o filho Rafael Inácio da Silva, de 11 anos ficar doente devido à qualidade da água ofertada na escola.

“Ele tem muito atestado na escola. Desde que entrou começou a ficar doente. Foi internado dia 10 com mancha no pulmão, consequência da água, da contaminação. Os médicos falavam que era virose, como eu ia imaginar que a doença estava na escola”, diz.

Na terça-feira (29), Rafael não foi à escola, pois mais uma vez passou mal. “Ontem não foi porque estava com dor de cabeça. Agora ele leva a garrafa de dois litros de água. O pai busca ele meio dia”, diz.

 

 

O também trabalhador rural, João Gonçalves Sobrinho, de 47 anos, diz que nada foi resolvido até o momento, e que a visita da secretária Leila Pinheiro (Semed) foi só para preencher agenda. “A secretária esteva na escola conversando com os pais, dizendo que o tratamento estava resolvido, que iria instalar um reservatório, ou mandar furar outro poço, que o poço continua ao lado da fossa. Não foi feito nada. Mandou instalar ventiladores na área do refeitório e trocar o bebedouro. Só isso”, diz.

Ele ainda pontua que mesmo com a instalação do novo bebedouro ainda é pouco, já que são 200 crianças para apenas um aparelho. Sobre o tratamento de água, ele diz que a Prefeitura instalou uma gambiarra no local e que não está sendo feito como deve. “Aquilo lá é tratamento? Não tem nem reservatório para a água ser tratada. Aquilo ali é gambiarra”, critica.

Diante da situação, os pais disseram que vão retirar as crianças na escola e preparam documentos para entrar com ação no MPE.

“Se até sexta-feira a Semed não se manifestar, vamos tirar a crianças da escola. E ainda nesta tarde vamos procurar o Ministério público”, reforça Neide.

Ele ainda questiona porque a Vigilância Sanitária não está agindo no caso. “Cadê a vigilância sanitária? Porque é órgão da prefeitura não se mete?”, pergunta.

A reportagem entrou em contato com a assessoria da Prefeitura para verificar o que já foi encaminhado pela Semed, e quais as soluções que a secretaria vai dar para os problemas apontados.

A Águas Guariroba, por sua vez, explica que implantou um sistema de tratamento na Escola Leovegildo de Melo que é eficaz. A concessionária ainda segue fazendo o monitoramento da qualidade da água no local, garantindo a potabilidade do produto, evitando que os alunos percam aula. A empresa reforça que faz um planejamento para que a escola seja integrada no sistema de abastecimento de água.