Após denúncias BRTs voltaram a circular, quase um mês depois problema se repete
No dia 26 de fevereiro deste ano o Jornal Midiamax denunciou que passageiros e trabalhadores do transporte coletivo em Campo Grande reclamavam que as empresas estavam ‘escondendo’ veículos mais novos e maiores e deixando apenas ônibus pequenos e mais velhos nas linhas troncais. Com isso, usuários estavam sofrendo com lotação e atrasos, e os motoristas enfrentando jornadas de trabalho mais desgastantes. Após as denúncias os BRTs voltaram a circular, mas quase um mês depois o problema se repete.
Na sexta-feira (19), conforme denúncia de usuário, a Viação Cidade Morena voltou a tirar os veículos de circulação. O Jornal Midiamax foi até a garagem, nesta segunda-feira (21) tentar flagrar os ônibus guardados, mas não havia nenhum no local, apesar de os usuários terem flagrados apenas os comuns circulando pela cidade.
Um usuário afirma ter flagrado a empresa recolhendo os veículos articulados, da linha 087 – Guaicurus/General Osório, e colocando no lugar veículo convencional. Conforme a ordem de serviço da Agetran, os ônibus articulados só podem ser substituídos quando o mesmo apresenta defeito, e mesmo assim, deve-se colocar dois veículos convencionais no lugar.
“Além de a empresa jogar apenas um veículo convencional no lugar, os veículos que recolhem não apresentam problema algum. O motorista disse que era ordem vem da empresa”, conta o usuário, que o questionou o por quê do recolhimento
Ele diz ainda que os veículos estavam lotados e a troca foi feita em frente à Agetran, no terminal Guaicurus. “Eu acho isso um absurdo. Como o órgão fiscalizador não vê esse tipo de coisa? Está bem na cara deles!”, critica.
Ainda conforme o usuário, fiscais da Agetran afirmaram que o órgão fiscalizador tem ciência do que está acontecendo, mas não sabem informar o porquê que nenhuma providência é tomada. “Todos os dias nós anotamos no nosso relatório que a troca é feita e somos obrigados a passar essa informação para nossos superiores. Não sei porquê isso continua acontecendo”, teria dito um fiscal.
Diante das denúncias, entramos em contato com a assessoria do Consórcio Guaicurus, porém, até o fechamento dessa matéria, não tivemos resposta.
Acompanhe o caso
Depois das denúncias do Midiamax, a Prefeitura e a Câmara Municipal disseram que iriam tomar previdências em relação às denúncias. O prefeito Alcides Bernal (PP) chegou dizer à época que iria acionar a Agetran (Agência Municipal de Trânsito) e a Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande) para apurarem o caso.
A Agetran chegou a colocar fiscais na rua para fiscalizar o serviço de transporte público. Eles encontraram diversas irregularidades como marcas de goteiras, teto furado, banco rasgado, pintura estragada e adesivos de informações rasgados. Entretanto, o material produzidos pelos fiscais não fez qualquer citação sobre os articulados que estavam fora de circulação.
Já a Agereg não se manifestou. A secretária Ritva Vieira chegou a dizer que iria marcar uma entrevista com o Jornal Midiamax para pontuar todas as questões, que foram encaminhas por e-mail. Fora mais de 20 pontos que a reportagem perguntou desde falta de cumprimento de prazos de software e melhoras no serviço, ao número total de veículos e acesso aos documentos da licitação. Nenhum dos e-mail foram respondidos.
Já os vereadores disseram estar indignados, mas não demonstraram interesse em investigar mais a fundo o problema, que é debatido na Câmara desde que Nelsinho Trad, então no PMDB e hoje no PTB, propôs a abertura da licitação para concessão, mas nunca recebeu grande atenção.
*Matéria editada as 13:44 para acréscimo de informações
