Uma semana após assassinato, funcionários fazem culto e pedem mais segurança no HR

Servidores dizem que são ameaçados no hospital

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Servidores dizem que são ameaçados no hospital

Funcionários do Hospital Regional Rosa Pedrossian realizaram um culto ecumênico na manhã desta terça-feira (12) em homenagem a colega de trabalho, Vilma Lima, de 57 anos, que morreu há uma semana, no último dia 5, depois de ser esfaqueada pelo ex-marido Wilson Lima, 69 anos, enquanto trabalhava. Os trabalhadores aproveitaram o momento para protestar contra a falta de segurança do local.

Conforme relatos, ao longo do ano de 2015, foram registradas 17 ocorrências de furto no estacionamento do hospital. Além disso, os funcionários afirmam que o acesso é fácil e que não há nenhuma medida de segurança. Eles destacam ainda que são constantemente ameaçados por pacientes e acompanhantes.

“O acesso ao hospital é muito fácil e qualquer um pode passar pelas cancelas e ter acesso ao Pronto Atendimento e à entrada do hospital. Eles estão desguarnecidos desde 2007. Antes contavam com apoio da Polícia Militar da Reserva e de um posto da Polícia Civil, que foram retirados, no entanto, a segurança não foi substituída”, afirma o secretário geral do Sintss-MS (Sindicato dos Trabalhos em Seguridade Social em Mato Grosso do Sul), Eder Lima.

O secretário frisa ainda que quando o posto da Polícia Civil estava ativado, as ocorrências de tentativa de homicídio eram registradas no local. “Quando chegava alguém esfaqueado ou baleado, a polícia já fazia o registro. A questão da falta de segurança é uma briga antiga do Sindicato e isso é de conhecimento tanto da gestão anterior do Estado, quanto da atual”, destaca.

O presidente do Sintss-MS Alexandre Costa, destacou que assim como ocorre nas UPAS (Unidades de Pronto Atendimento), o HR também necessita de segurança.

“Nas Upas tem guarda civil municipal e aqui, onde temos cerca de dois mil servidores, não há segurança. As reclamações sempre foram encaminhadas à direção, mas nunca tivemos resposta. A única segurança que existe são os agentes de recepção, mas a função deles é outra. Os servidores ficam reféns dessa situação. A presença de segurança inibiria várias ações”, observa.

O presidente do Sintss-Ms afirma que vai acionar o MPE (Ministério Público Estadual) e a Justiça para que essa responsabilidade seja cobrada do governo do Estado. Nesta manhã, ao menos um funcionário de cada setor participou do culto ecumênico em homenagem à Vilma e do protesto por segurança.

Ataque-

Na última terça-feira, o pedreiro que não aceitava a separação, entrou no hospital, foi até o setor onde a ex-mulher trabalha e a esfaqueou. Vilma chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.

Depois do crime, o suspeito fugiu de carro e colidiu, propositalmente, em uma carreta na BR-262. O caminhoneiro e outra testemunha tentaram retirar o suspeito do carro, mas ao quebrarem o vidro o viram cravar uma faca no próprio peito. Ele foi socorrido e encaminhado em estado grave para a Santa Casa e recebeu alta nessa segunda-feira (11).

O suspeito foi levado para a Deam (Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher) onde ficará até que seja transferido para o Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande.  

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