ONG Argentina relacionou produto à anomalia

 

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de ) vai manter o uso do larvicida Pyriproxyfen, fabricado pela empresa Sumitomo Chemical e apontado por uma ONG argentina como um dos possíveis causadores da microcefalia em fetos, no lugar do vírus. De acordo com Alcides Ferreira, da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV), não há, ainda, qualquer indicação de que o larvicida possa ser suspenso.

Prefeitura mantém larvicida supostamente ligado à microcefalia“Ainda não chegou nenhuma orientação neste sentido, assim como não há um relato científico que embase esse boato ou a credibilidade dessa ONG. Então, até que o Ministério da Saúde determine o contrário, vamos manter o uso desse produto”, informou.

A preocupação sobre o larvicida cresceu após o governo do Rio Grande do Sul suspender, no último sábado (13), o uso do Pyriproxyfen até que o Ministério da Saúde se manifestasse sobre a segurança do larvicida. A decisão tomou como base uma hipótese levantada pela ONG argentina PCST (Physicians in the Crop-Sprayed Towns), que relaciona o larvicida à má formação de fetos. Entretanto, a nota da PCST não tem sustentação na comunidade científica e vai de encontro até da OMS (Organização Mundial de Saúde), que recomenda o produto. No Brasil, a Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) também emitiu nota técnica apontando o como possível causador da microcefalia.

No domingo (13), o Ministério da Saúde divulgou nota destacando que os larvicidas utilizados para conter o desenvolvimento de mosquitos vetores são recomendados pela OMS no combate ao . A pasta também destacou que alguns locais onde o Pyriproxyfen não é usado também registraram casos de microcefalia.

“Ao contrário da relação entre o vírus Zika e a microcefalia, que já teve sua confirmação atestada em exames que apontaram a presença do vírus em amostras de sangue, tecidos e no líquido amniótico, a associação entre o uso de Pyriproxifen e a microcefalia não possui nenhum embasamento cientifico”, traz a nota.

A reportagem procurou a SES (Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul) para comentar a questão, mas ainda não obteve retorno.