Prédio da prefeitura abandonado é ‘hotel de luxo’ para mosquito da dengue

Água parada, pneus e lixos ‘chamam’ o Aedes aegypti

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Água parada, pneus e lixos ‘chamam’ o Aedes aegypti

Lá tem tudo o que eles gostam: água parada de diversas modalidades, pneus velhos, lixos, matagais. É mais que propício, é praticamente um chamado para criadouros. Depois de dias de chuva, o prédio abandonado há mais de vinte anos na Ernesto Geisel é “hotel de luxo” para o mosquito da dengue, o Aedes aegypti, que também transmite a chikungunya e o vírus Zika.

O Midiamax foi até o local nesta segunda-feira (11) e se deparou com abandono, sujeira e muitos focos de infestação do mosquito. Dá para escolher: água parada na grama, no cimento, em lugar alto, em lugar baixo. Pneus, telhas, calhas e lixos se juntam a poças e mais poças e muito lodo. Tudo que o Aedes gosta.

Quem mora por perto sofre. Juraci Pereira, 75, mora na região há cinco anos e se revolta diariamente com o descaso do prédio abandonado. “Coisa grande parada sem finalidade nenhuma, só juntando mosquito e trazendo doença. E ninguém faz nada”.

Isabel Malaquias, de 55 anos, se mudou para a Ernesto Geisel quando, em tese, a rodoviária seria construída no prédio. De lá para cá a construção abandonada fez com que ela quisesse se mudar, mas quem disse que é fácil vender casa por ali? “Antes dessa epidemia de dengue já não queriam, imagina agora. Há dez anos tento vender a casa e não consigo”, conta.

‘Monitorado’

Em dezembro do ano passado, quando os casos de dengue atingiram números preocupantes, a Prefeitura de Campo Grande desenvolveu parcerias e ações para combater o mosquito, inclusive notificando e multando proprietários de terrenos abandonados. Mas e quando a propriedade é da Prefeitura? Via assessoria, a administração municipal declarou apenas que o local está sendo monitorado pela Coordenadoria de Controle de Vetores e Endemias.

Números

De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) nos sete primeiros dias deste ano, foram notificados 174 casos de suspeitas de dengue, o que representa média de 25 internações diárias em Campo Grande. Também foram registradas duas notificações de casos de chikungunya e oito do vírus Zika. Em 2015, das 13.625 casos de suspeita de dengue, 4.013 foram confirmados. Três resultaram em morte.

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