Sem acordo, sindicato deflagra greve

Os policiais civis de Mato Grosso do Sul aprovaram o indicativo de greve. O resultado aconteceu depois de o Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) realizar Assembleias Regionalizadas em 11 cidades do Mato Grosso do Sul, sendo as duas últimas em Dourados e Campo Grande, na manhã do sábado (16).

O indicativo de greve já havia sido deliberado no dia 2 de maio, após o governo estadual apresentar proposta de reajuste linear ao funcionalismo de R$200,00. O que foi recusada pela maior parte dos servidores estaduais.

Presidente do Sinpol-MS, Giancarlo Miranda, diz que o governo estadual tem alegado que não seria possível reajustar os salários dos policiais civis por causa da crise econômica que o estado e o país estão passando. Contudo, eles sabem que o estado tem receita disponível devido à arrecadação que continua crescendo. “O IPVA teve aumento de 40%, o ITCD dobrou e o Mato Grosso do Sul teve um superávit de R$ 2 bilhões em 2015. Então é possível, sim, valorizar o servidor que está todos os dias nas ruas combatendo a criminalidade para proteger a sociedade”, declara o sindicalista.

Os policiais civis afirmam que a greve é por uma luta de valorização salarial e condizente com a escolaridade exigida para ingressar na Instituição, que é de nível superior desde o ano de 2005.

Reivindicações

O Sinpol reivindica melhoria na estrutura física das delegacias, melhoria dos equipamentos e fim da custódia dos presos nas delegacias, o que configura desvio de função para os civis, que acabam atuando como carcereiros, principalmente nos distritos policiais do interior.

O debate sobre a custódia de presos nas delegacias tomou força em 2015, quando um policial civil foi morto por um detento na delegacia e outro ficou gravemente ferido. Além disso, os policiais também protestam por melhoria nos salários. De acordo com o sindicato, há 10 anos há exigência de nível superior para prestar o concurso da Polícia Civil, mas o salário pago é referente a nível médio.

A categoria paralisou os serviços no dia 1º de abril por 12 horas, como forma de protesto.