Pela 2ª vez, Prefeitura promete que dinheiro da Santa Casa será repassado

Bernal participa de reunião no MPE nesta sexta

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Bernal participa de reunião no MPE nesta sexta

Pela segunda vez, a prefeitura prometeu que o dinheiro para a Santa Casa – R$ 3 milhões – será repassado nesta sexta-feira (4). O prefeito Alcides Bernal (PP) participa de reunião na tarde desta sexta no MPE-MS (Ministério Público Estadual), junto a representantes da Santa Casa, MPE, governo do Estado e Prefeitura.

Quem prometeu o repasse foi o secretário adjunto de saúde do município, Vitor Rocha. Ele explicou que o atraso é culpa do Ministério da Saúde, que, de acordo com ele, está em falta com a gestão das três UPAS (Unidades de Pronto Atendimento), que integram o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e que têm a gestão compartilhada entre município e União.

“O atraso se deu porque a expectativa de receita foi frustrada pelo Ministério da Saúde. Tinha que fazer o repasse para as três UPAs pra ajudar no funcionamento e não foi feito, o município tem um déficit mensal de R$ 6,7 milhões, teve a epidemia de dengue, com material médico acima do programado. A Prefeitura está conversando em Brasília pra liberar mais recurso, para ampliação do teto de alta e média complexidade da Santa Casa”, explicou ele, afirmando que o repasse de R$ 3 milhões deve ser feito ainda hoje.

O dinheiro, conforme explicou o diretor-presidente da Santa Casa, Esacheu Cipriano, custeia o salário dos médicos terceirizados e aquisição de materiais. A falta de recursos provocou a suspensão das cirurgias eletivas. Cerca de 60 procedimentos do tipo são realizados no hospital. A Santa Casa chegou ao ponto de orientar que os pacientes procurem as UPAS e outros hospitais.

“O cancelamento da cirurgias é uma situação que influencia diretamente a população, o prejuízo é grande para a assistência. Os médicos terceirizados disseram que, se até segunda não receberem, não vão trabalhar, são 70% do efetivo. O Ivandro [secretário municipal de saúde prometeu que até o fim da manhã de hoje (4) o dinheiro estaria na conta, o que não aconteceu”, explicou. O secretário de saúde do município não participou da reunião. A prefeitura afirma que ele está em Brasília.

O presidente da Santa Casa também afirmou que a administração municipal é responsável pelo ‘adiantamento’ de recursos do Ministério da Saúde. De acordo com ele, são R$ 10 milhões enviados pelo Ministério todo mês, e o dinheiro é repassado pela Prefeitura até o quinto dia útil para a Santa Casa, o que, até agora, não teria ocorrido.

A promotoria da 32ª promotoria de saúde pública, Filomena Aparecida, pontuou que o MP deve tomar “outras medidas” caso o repasse não seja realizado. “O objetivo é tentar achar uma solução entre as partes, e se não houver consenso outras medidas sertão adotadas”, declarou.

Bernal reclamou da ausência do governador e afirmou que o município está “sendo injustiçado”, pois tem 850 mil habitantes, mas é responsável pelo atendimento de 1,5 milhão de pessoas na saúde pública.

“O município está sendo injustificado quando dizem que não estamos cumprindo nosso dever. Campo Grande enfrenta uma crise financeira muito grande e cuida do Estado inteiro. O governador tinha que estar aqui porque isso é responsabilidade do Estado e da União, preciso pedir justiça para Campo Grande porque daqui a pouco vai ser culpada de tudo e assim não dá”.

O secretário de saúde do Estado, Nelson Tavares, participa da reunião e afirmou que “o pagamento do Estado está em dia” e que “foi feito o repasse de R$ 2,570 milhões, está tudo em dia, tudo em ordem”.

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