Pais perdem dia de trabalho com paralisação de funcionários de Ceinfs que não receberam

Prefeitura diz que tem até 18h para pagar salários

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Prefeitura diz que tem até 18h para pagar salários

Com o Natal chegando, os terceirizados da Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) e da Seleta (Sociedade Caritativa e Humanitária) paralisaram as atividades, na manhã desta quarta-feira (7), pela falta de pagamento do salário do mês de novembro e do décimo terceiro salário. Com isso, mães e pais que foram levar os filhos aos Ceinfs (Centros de Educação Infantil) não tiveram onde deixar os filhos, pois as atividades seguem comprometidas. 

No Ceinf Paulo Siufi, na Vila Margarida, há professores, porém não há recreadores. Para as crianças menores haverá atendimento até às 11 horas somente. Para as outras, nem isso. Com a situação, mães que tem dois filhos no local, ficaram divididas, pois não teriam que deixar uma das crianças e levar a outra de volta para casa. O resultado é que muitas perderam o dia de trabalho. 

A diarista Cleucione dos Santos, 22 anos, tem dois filhos, de 1 e 3 anos no Ceinf. Ela só poderia deixar o menor e acabou voltando para casa com os dois. Como recebe por dia trabalhado, o renda da família vai cair neste mês. 

“Deixei de  ganhar R$ 120 hoje com a diária. O problema é que pegam a gente de surpresa. No mês passado, aconteceu a mesma coisa. Cheguei com os meu filhos e não tinha aula. Se avisasse antes, dava um jeito, mas em cima da hora, não pude ir trabalhar”, reclama. 

A manicure Tassía Luges, tem dois filhos no Ceinf, de 4 e 1 ano. Ela levou só um deles ao Ceinf, mas perdeu o dia de trabalho do mesmo jeito. “Com um em casa, não dá para trabalhar. Tinha cinco clientes hoje e deixei de ganhar R$ 125”.

Evelin do Amaral, que é autônoma, vai deixar o filho até às 11 horas e depois, procurar alguém para ficar com o filho. “É complicado ter de procurar alguém para deixar as crianças”, diz. 

No Ceinf Laura de Vicuna Batistão, no São Jorge da Lagoa, as mães também ficaram indignadas. “Temos um grupo do Ceinf e ontem a diretora deu certeza que a aula seria normal. Hoje chegamos e demos de cara com a notícia que não tem, pois estão em paralisação. Não temos como arrumar ninguém em cima da hora”, diz uma das mães. 

Semed

A secretária municipal de educação Leila Machado, afirmou nesta manhã, que “a paralisação não tem motivo, pois hoje ainda é o 5° dia útil e a Prefeitura tem até 18 horas para o pagamento. Já foi tudo repassado para Seplanfic (Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Controle)”. Ainda conforme a secretária, “a Semed (Secretaria Municipal de Educação) não fez orientação aos Ceinfs, pois, não há motivo para a paralisação. A Semed vai verificar a legalidade da paralisação”, completou. 

Atraso nos pagamentos

Os salários dos terceirizados está atrasado por mais um mês. Além disso, o décimo terceiro salário também não foi pago. A falta de pagamento atinge os trabalhadores dos Ceinfs, dos Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e os que estão nas instituições, para gerir o convênio das entidades com a Prefeitura de Campo Grande. Ao todo, são 99 Ceinfs na Capital. 

O atraso no pagamento afeta aproximadamente 4 mil terceirizados. Conforme o sindicato da categoria, o Senalba-MS (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de Mato Grosso do Sul), as entidades patronais já sinalizaram que não receberam o repasse do Município e a Prefeitura já confirmou que não tem previsão para o pagamento da categoria. 

(Foto: Cleber Gellio)

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